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O POVO DE AREIA
O POVO DE AREIA

ESTE MUNDO é habitado por legiões de espíritos ocupando corpos ocupados em se manter cegos, surdos e mudos para a consciência de suas próprias existências. Eles não pensam de si para si mesmos. Vitimizam-se desde que nascem, desde os primeiros vagidos e sorrisos nas faces recém-nascidas dos corpos carnais. A superioridade do mundo espiritual sobre o carnal é tão demasiadamente nítida, que se torna impossível a agregação ontológica entre corpo e alma.

A EXPERIÊNCIA carnal do povo judeu no Deserto do Sinai o separou definitivamente do Ente. O Ente não necessariamente mantém sua realidade concreta, exceto quando depende de outrem para viver. Este outrem no deserto era o deus Et invisível que despejava, de uma nave acima de suas cabeças, o maná que permitia fazer do pão da subsistência, o prato principal do menu, recheado da carne de codorna de cada dia. Os sanduíches alimentavam a carne dos seres carnais nas andanças diárias pelo deserto. Ser e Ente se investigavam mentalmente e, contraditoriamente, eram a mesma pessoa.

A MESMA pessoa física e mental. O Ser é anterior e precede ao Ente. Porque o Ser é existente desde que nasce em carne e osso. O Ente vem depois, quando de suas relações, humanas e mentais com o espírito de outrem. Pode haver conciliação nesta contradição??? Segundo Martin Heidegger, o Ente só pode ser pensado a partir do Ser. O cartesiano cogito define o mundo mental (espiritual) enquanto superior ao mundo físico. Daí a separação ontológica entre ambos ser tão definitiva. Inconciliável.

ONDE FICA a verdade em meio a todas estas contradições??? Ela, a verdade, é o contato imediato de terceiro grau da vida que se reconhece a si mesma enquanto realidade e mistério carnal e espiritual. Entre Ser e Ente. A experiência própria dita o que é e não é verdade segundo a evolução da própria consciência. Quanto mais informação pertinente seu Ser agrega a si mesmo, mais possibilidade possui de interação com o Ente (ôntico) no plano da existência concreta. Para Heidegger o ôntico se opõe ao ontológico, à natureza da realidade existencial.

SE VOCÊ, leitor, pretende saber e compreender a diferença entre a realidade factual, a existência concreta (ôntica) e a existência ontológica, você só precisa saber que o que é ontológico se reporta à natureza do Ente, à existência da realidade do devir. O devir produz a própria realidade. Esta, se afirma na diferença de um outrem sempre fugidio, na realidade que se passa. O devir se diferencia de si mesmo para se reconstituir, no recriar da mais bela das qualidades da natureza: no seu próprio movimento.

QUANDO O movimento ontológico, o devir, cessa, o “Véu de Maia”, a ilusão da realidade se estabelece. A natureza ilusória da realidade cresce e se desdobra no devir incessante, e não consegue se diferenciar de si mesma, num repetido “loop infinito”. O tempo do devir é fugidio. No deserto do Sinai esse devir inexistia. O que persistia na manada judia dos caminhantes do deserto, era a sensação de continuidade de uma escravização substituta à do cativeiro e do servilismo sodomita em terras egípcias.

AÍ ESTÁ A diferença na reflexão nazista sobre a pretensa superioridade do povo que se queria descendente dos arianos, povo seminômade vindo da Ásia Central e do norte do Irã, em confronto com a teogonia judaica. O nazismo de Hitler era o combate, no plano sobrenatural da dominação do mundo, com um povo diferenciado da descendência ariana em luta para definir, de uma vez por todas, de quem seria o mundo dominado: seria dos descendentes de Thor, ou dos descendentes de Abraão???

QUEM VENCERIA??? A força do totalitarismo de Thor acrescida do poder dos deuses malditos do Olimpo, ou a astúcia e a rapinagem subconsciente dos descendentes do poderoso deus do Antigo Testamento e seus processos sub-reptícios de dominação silenciosa e astuta, através do povo “escolhido de deus”??? Os nazistas apostaram tudo que tinham e apostaram tudo que não tinham na possibilidade de vencerem. Perderam.

OS TOTALITARISTAS não sabem perder. Vejam Trump nos Estados quando perdeu para Biden. Vejam o Bozo no Brasil quando perdeu para Lula. Eles espernearam, mentiram, tripudiaram da vitória incontestável dos adversários. Invadiram a sede dos poderes no 8 de janeiro, os fanáticos por ditadura. Nos EUA invadiram e depredaram parte do Capitólio. Ameaçaram conflitos civis, mortandade popular,    

A EXTREMA direita é a repetição infinita (looping) da voracidade pelo poder político e econômico, pelo domínio de uma cidade, de uma região, de um continente, de um país, do mundo articulado dos poderosos bilionários e seus conglomerados de mídias e empresas “high-techs” que, através das redes sociais, pretendem, primeiro, controlar a mente das pessoas, para depois, usando e abusando da inteligência artificial, subjugar os povos do mundo Cão.

A DEMOCRACIA para eles, radicais de extrema direita, é um empecilho que precisa ser vencido “custe o que custar”. Para a turma do Bozo e seus generais Brancaleone, até assassinar seus adversários políticos, estava na pauta desses seres desprezíveis, incivilizados, canibais políticos, econômicos e sociais em busca de desdenhar os direitos civis, para melhor canibalizar a sociedade mal formatada nas escolas sem ensino, na pobreza de intenções evangélicas nos templos e igrejas  de uma sociedade de periferia, com suas populações sucateadas intelectualmente, entregues à exploração de suas mentes que se parecem com esponjas, absorvendo a corrupção dos mitos de ocasião.
  
DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 15/03/2025
Alterado em 15/03/2025
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