RUMO A ESTAÇÃO PARSÁGADA

Quando em Parságada de nada vale ser amigo do rei
Não terei a mulher que quero, nem cama que escolherei
Em Parságada, nem sei, não haverá Rosa dos Ventos
O Norte não saberei onde fica. Dos pontos cardeais
Não poderei me valer de tão perdido e pânico estarei
Quando em Parságada, nessa outra dimensão saberei
Haverá um céu, estrelas, um rei, a ideia ambivalente
De um deus??? Nessa outra dimensão estarei exilado
Desse outro mundo imperfeito??? Haverá alguém
Manoel Bandeira lerei??? Estarei em busca
De um Tempo perdido que não sei??? Haverá
Uma pedreira no caminho, uma utopia sem fio
Um Criador e a Criatura??? Um anjo torto
Uma rede, uma praia numa água de coco???
Conseguirei processar minha mente arretada
Adaptá-la a essa outra dimensão da poesia???
Estarei numa praia enluarada, com peixes frito
Saído do mar nos pesqueiros de Mucuripe???
Saberei jogar longe no mar a pedra sumida
Do meio do caminho??? Haverá um Drummond
Poltergeist, outras entidades sobrenaturais???
Assombrações outras sem compromisso
Com a mulher que quero, a Eva que escolherei???
Haverá nesse lugar estranho um gorila louro
E louco, um gorila trambiqueiro???
Uma menina moça mimada, olhando o pai
E dizendo: “olha eu aí”!!! Haverá um elo
Entre o Elon Moska a voar baixo zigzunindo
Com seus satélites artificiais, com sua IA
Querendo dominar o mundo e dizendo
“Seig Heil”, salve a vitória de Hitler
Serei bem-vindo nessa Finlândia nazi
De bandeira negra e vermelha com ela
A suástica de Trump, o azul e branco da bandeira
Sumindo. Eu estarei descalço a pisar, caminhando
Sobre Pedras No Meio Do Caminho
Sobre as águas do Mucuripe
Ao levar as minhas mágoas
Sem medo de saudades
Das águas fundas do mar
Vida vento vela leva-me daqui.