O PESCA DOR NUNCA DORME
O PESCA DOR NUNCA DORME
Eu os vejo do alto quando estou a caminhar
Os passos das pessoas ecoam dos sapatos
O pensar não corre à-toa de mente a mente
A percepção sente o mundo está aos pedaços
Ao caminhar estão todos a se esconder
Dos outros, como garotos 100 pai nem mãe
Vejo seus ossos andantes em seus passos
Parecem caminhar guiados pelo pastor
Dos astros: pescador no inferno de Dante
Entre eles ouço um inaudível sussurrar
O magma de seus espíritos a borbulhar
Do fundo de seus subterrâneos rangem
Os dentes. A manda muge em coro canta
Seus dissabores. Mas nunca se traduzem
Entre si. O que dizem??? O que querem???
Não sei. Talvez queiram apenas um colo
Para parar o pulsar. Seus corações mentem
São ainda bichos tolos recém-nascidos
Do solo de grama seus rolos e fleches
Seus espíritos em corpos néscios
Parecem perdidos nas sombras da noite
O mormaço da eterna idade os perece
O frio freio da neve distante os abarca
De outra dimensão. Ao certo, que fazer???
Talvez confiem em rezar uma prece
Querem a todo custo sentirem-se despertos
O culto só aumenta a ansiedade pelo certo
Anseiam por um carinho, um afago
Querem, mas não sabem, ser um estranho
Um estranho no ninho. Bebem o sangue
Do próximo como se fosse vinho. Voltam
Para casa tarde. Escondem-se sob lençóis
Desejam dormir e sonhar com anjos tortos
Não conseguem atinar com essa bizarra
Sensação de estar prisioneiro nos corpos
Debatendo-se na linha de tempo invisível
Insensível, do pescador paciente. Presos
Em seus anzóis, confundem liberdade
Com licenciosidade, não sabem eles
Que não sabem o que fazem. Como se
Fossem da espécie que não cansa de fuçar
No buraco negro das fezes.
DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 20/01/2025
Alterado em 20/01/2025
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