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O RACISMO REVERSO E O BESTEIROL CULTURAL
O RACISMO REVERSO E O BESTEIROL CULTURAL

AS PESSOAS SE configuram umas às outras. Dependem-se mutuamente, mesmo que não saibam disto. A cultura globalizada nivela a todos por baixo: a “elite” está próxima da cultura mediana. Esta, se faz intimamente associada à cultura da chamada ralé. Os navios negreiros estão nos corações e mentes da grande maioria da população: negros, pretos, mulatos de denominação do politicamente correto adjetivo: “afrodescendentes”.

A CULTURA negreira dos Exus, Ogum, Oxóssi, Obaluaiê, Ossaim, Oxumarê, Xangô, Oxum, Iansã, Nanã, Iemanjá ..., embarcou nos porões infectos dos navios de transporte dos escravos afrodescendentes, aportou nos portos portugueses da Ilha da Madeira e Porto-Santo e posteriormente desembarcaram na Terra do Pau-Brasil. Diminutas rações de farinha, carne seca e água alimentavam a população escrava no trajeto de Mama África aos demais portos do tráfico tumbeiro.

SENEGAL, Angola, Congo e Moçambique em conexão com Recife, Salvador e Rio de Janeiro. Do século XVI ao XIX o tráfico negreiro navegou solto nas águas atlânticas, proibido apenas em 1850 (Lei Eusébio de Queirós). Os pais de santo baianos se notabilizaram nos corações e mentes dos negros, pretos e mulatos. A cultura da Mama África pariu o Brasil brasileiro do Rei Pelé, de Mãe Menininha do Gantois, a mais admirada ialorixá do país. O carnaval, o futebol e a dancinha da garrafa são sucesso nacional. Assim como a dança dos famosos.

AS SENZALAS culturais se espalharam e se espelharam no interior dos lares brasileiros. As favelas da mentalidade primitiva africana marcam presença em todos os nichos da nacionalidade: igrejas, templos, shoppings centers, bancos, escolas, universidades, movimentos sociais nas terras do latifúndio, sem terras à espera da seriedade política de uma reforma agrária. As Senzalas ganharam corações e mentes dos políticos, do fascismo, nos quarteis, nas câmaras de vereadores, deputados e querelas dos quarilas na Câmara Baixa e no Senado. Na Praça é Nossa dos Três Poderes essa cultura de porões, advinda dos navios negreiros, invadiu e saqueou as sedes dos Três Poderes, sob o comando de uma liderança política saudosista dos torturadores da ditadura e do AI-5.

AQUELE negro, chefe dos seguranças da Mesbla/Mappin com as faces transtornadas pelo ódio atávico e arcaico dos brancos, não quis perder a oportunidade de subestimar e envilecer um homem branco que havia subtraído uma mercadoria de somenos valor: nada mais que uma caneta Bic. Daquelas que o ex-presidente Bozo fazia questão de mostrar que representava seu poder despótico quando no Palácio do Planalto.

OS MILHÕES de negros, pretos, mulatos e pardos brasileiros com cultura, coração e mentes provenientes dos formigueiros infectos nos porões dos navios negreiros, constituem mais de cinquenta por cento da população nacional. O Inconsciente Coletivo Cultural Brasileiro continua sob a chibata da Casa Grande branca, rica, protestante (e católica) do olho azul. Dos 54% da população negra, 17,4% são considerados ricos.    
                        
AS ESTATÍSTICAS sociais justificam o ódio injustificável de um negro que ainda não havia saído dos covis infectos dos navios negreiros. Ódio ancestral por um branco que subtraiu uma caneta Bic de um mostruário de ofertas do dia nas casas Mappin, hoje Casas Bahia. Aquele negro ocupado em humilhar um branco por causa de uma irrisória caneta Bic, tinha a memória cravada no lupanar da Casa Grande, onde o senhorio branco alojava as jovens e os jovens escravos no regime da economia patriarcal da mestiçagem.

A SUBMISSÃO física à sexualidade do senhorio branco e de seus capitães do mato que, ainda hoje, submergem os negrinhos e as negrinhas, as mulatas e mulatinhas, nas taras ancestrais do homem branco em troca da quantia combinada, as condiciona (e os condiciona) a gostar das surubas de lupanar. O Brasil dos ressentimentos no tempo que o vento não levou dos corações e mentes de negros e negras, pretos e pretas, mulatos e mulatinhos sob a cultura da chibata no Brasil dos quarilas do Centrão, enraizados na alma coletiva nacional, desde que as primeiras caravelas aportaram em Porto Seguro.

O BRASIL vive essa mixagem de raças, do pior de cada uma delas, que gerou essa cultura avessa ao letramento, à aquisição de educação e cultura através dos livros, em escolas e universidades dedicadas ao ensino de currículos. Escolas e universidades de baixa qualidade de ensino, onde a cultura tumbeira determina os encontros e desencontros entre docentes e discentes, entre professores e alunos “classe É”. Professores e alunos, discentes e docentes politicamente corre retos. Corre retos nas relações pessoais, familiares, sociais.

SEGUNDO estudos recentes, 80% dos jovens na faixa de 11 a 17 anos (24,3 milhões) leem apenas para cumprir tarefas escolares. A grande maioria deles afirma que “ler é um tédio” e o fazem por obrigação. Grande parte deles não leram nenhum livro em um período muito longo de meses. A baixa renda da população de descendência negreira, assim como a cultura de seus ancestrais, influencia a totalidade da população brasileira num país de periferia, onde o uso do intelecto é restrito a nichos reduzidos da população. Nichos esses dedicados a afazeres meramente profissionalizantes, sem outar finalidade, senão a de melhorar a performance profissional e o entretenimento.

O BRASIL É um país política e intelectualmente favelado, onde poliglotas do entretenimento entrevistam personagens vindos do exterior, em discursos simpáticos e risonhos de perguntas e respostas consideradas, por eles mesmos, inteligentes e esclarecedoras da mestiçagem nacional da cultura tumbeira. O Brasil é um país cheio de graça, abençoado por deuses provenientes da Mama África, bonito em sua natureza carnavalesca, na qual se entrelaçam as alegrias momentâneas das muitas máscaras, carnavalescas, disfarces e dissimulações fantasiadas em possessas negras Marias chuteiras chamadas Teresas: personagens monárquicas, príncipes, princesas, reis e jardineiras, pra tudo terminar nas cinzas da quarta-feira. Como diria nosso “poetinha”:

— “Tristeza não tem fim/Felicidade sim”. A felicidade baiana negreira ganhou o Brasil e seus festivais televisivos de besteiras. O Festival  do Besteirol Político que infesta o país e infectou 38 milhões de eleitores do Bozo  Trumpbiqueiro.  Salve-se quem quiser e puder.    
DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 14/05/2023
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