ALÉM DO HARÉM
ALÉM DO HARÉM
As mulheres são as lixeiras dinâmicas do universo
Através delas seres fantasmais são paridos em seus
Organismos de carne e osso. Nos hospitais de luxo
Nas taperas indígenas, nos apartamentos e favelas
Nos pantanais e pastos onde cordeiros nos currais
Folgam aos olhos famintos dos chacais. Filiação a
Serviço dos paradigmas governamentais. Mulheres
São os canais, através dos quais chegam ao mundo
Em todos os lugares planetários povoados nichos
Em Via Láctea, em Vias Lácteas por todas os covis
E antros, e berços de galáxias. Elas vomitam, via
Seus canais e tubos âmagos dos abdomens vagidos
De seres fantasmais. Eles crescerão como se fossem
Tumores pós-desenvolvimento fetal. São os filhos
Da produção de massa em linha de montagem delas
Máquinas orgânicas para crescimento e produção
Das economias de mercado. Entre umas e outras
Reduções do custo de produção, elas migram em
Direção aos salões de cabeleireiros. Querem todas
Parecerem o mais atraentes possível para quem
As achar belas sentinelas para o Collo de seus
Narcisos. Seus túneis de vento sempre limpinhos
As ferramentas de fermentação agindo no colo
Da servidão. Casais aos milhões se encontram no
Desencontro interesseiro dos altares. Logo elas,
As bexigas, suas barrigas, se enchem de circuitos
Vitais de continuidade para um mundo de seres
Em extinção. Seres para uma vida de tempo breve
Saem de dentro das mulheres metáforas dela, da
Indústria social em construção. Quando crescem
Seus rebentos arrebentam em corridas de cavalos
A vapor de gasolina, álcool, gases quentes polutos
Atmosféricos. Seus filhos, suas feras adamadas
Cresceram orgulhosos das representações dos
Signos. Manifestam a língua de Charles Peirce
Que se canibalizam na insignificância dos signos.
Terias tu piedade delas, mulheres, seres de carne
Doídos, agônicos, ansiosos, ilusoriamente vívidos.
DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 26/09/2022
Alterado em 30/09/2022
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