O “ESPÍRITO” (DO TEMPO) E A TECNOLOGIA DA CRIAÇÃO —XXXVI—

Os espíritos nos habitam. Consequentemente, todos somos médiuns. Há intercâmbio entre mentes, as mais diversas, as mais consequentes com nossa identificação emocional, com as mais contrárias às nossas tendências neurais. Espírito, em sentido figurado, é matéria para a eternidade. É imaterial, recebe as sensações ambientais, por isso mesmo é influenciado pela cultura, a atmosfera, o ecossistema, a aura, a ambiência.

Todas as coisas fluidas e as “não espontâneas”, estão associadas entre si por eletromagnetismo, devido serem feitas da mesma matéria (células) que inclui átomos e demais partículas. Fótons e glúons não são considerados formas de matéria, apesar de contribuírem, quando retidos em sistemas de repouso, com energia e massa para eles (átomos). Espíritos são sinergias, causas e efeitos coordenados, consciência simultânea entre subsistemas de complexidade extrema para além da atual compreensão de nossa tecnologia que engatinha relativamente à “high-tech” dos Ets que nos colonizam.

Comunica-se ele, espírito, com todas as formas de matéria que nos possibilitam consciência de nossa anatomia, biologia e funções orgânicas. Toda matéria é formada por elementos químicos: prótons, nêutrons e elétrons, dos quais são constituídos os átomos por associações químicas que compõem a diversidade de toda matéria que conhecemos.

Mencionamos a consciência, mencionemos também Espinosa. Para ele, ela, a consciência, é a fonte de todas as nossas ilusões: desejos e representações. Ela nos mantém ignorantes das causas primeiras que são agentes do conhecimento e da sabedoria real. Aquela com a qual perdemos contato, originária dos mais antigos. Para nossa percepção atual, consciência = estados subjetivos da sensibilidade: uma espécie de tecnologia de nossa disciplina diária.

Nossa disciplina diária está comprometida com nosso consentimento da dominação pessoal, familiar, coletiva e social, a partir dos desmandos praticados por aqueles supostos representantes da sociedade que a roubam, assaltam e praticam diariamente a corrupção institucional como se essa fosse uma obrigação dos grupos de consenso parlamentar.  Os representantes políticos dos eleitores deveriam ser exemplos de honestidade, integridade, decência, modéstia e Consciência social.

Políticos são espíritos com prática diária do inverso de todas essas qualidades neles inexistentes. Políticos são malandros, velhacos e astuciosos. Conhecidos por vigarice, traição, mentiras, má-fé, desonra, libertinagem, baixeza, vaidade, exibicionismo, empáfia, fingimento, torpeza, trapaça. Se eles representam o Inconsciente Coletivo Nacional, que se pode esperar de um povo sob a tutela desse padrão de influência???
Segundo a avaliação de Espinosa, há superioridade da alma sobre o corpo, mas essa superioridade, suponho, nem sempre encontra amparo e proteção no corpo. As percepções da mente, dita humana, estão visceralmente conectadas ao que acontece com o corpo. O espírito se adapta às solicitações da compleição física do corpo e da cultura que o cerca. A mente e a subjetividade decorrente dela, sensibiliza, afeta e é afetada pelo Espírito do Tempo em que vivemos:

Um tempo sem consciência moral, sem o sentimento de interioridade a partir do qual a hierarquia dos impulsos se afirma na Consciência.  Que moralidade poderia haver na influência do Tropicalismo nacional enquanto movimento musical e estético??? Ou sob comando, comunicação e controle dos ditadores militares e cantores da MPB na vigência das décadas de sessenta e setenta???

Que futuro poderá haver para um país construído por uma juventude até ontem influenciada por domínios deletérios de autoridades da política e do entretenimento mais sem caráter que pode haver??? Vejam as políticas do Bozo. Vejam os programas ditos de humor da Globo. Quem não sabe que essas influências servem para estruturar a formatação de personalidades e personas da atual deseducação, amoral e cívica???