Textos

NO SUBMUNDO ALÉM DA IMAGINAÇÃO —IV—
NO SUBMUNDO ALÉM DA IMAGINAÇÃO —IV—

De que modo essa juventude poderá compreender o mundo novo da tecnologia que a ela se apresenta, ela e as suas consequências, se não compreenderam ainda nem o mundo anterior e caduco no qual nasceram seus pais, tutores as políticas boçais aqueles parlamentares do Centrão que não pensam em outra coisa senão em enriquecimento próprio e mútuo???

Como aprender a aprender a pensar, a pesquisar, a visualizar o mundo que os cerca, o mundo da corrupção e da degradação de mentes e corações jogados no lixão da história??? Da história da antiguidade em que foram gerados nas cavernosas noções de uma civilização pré-tecnológica que inexiste???

Como aprender a aprender a pensar, a se visualizarem a si mesmos, a questionarem o papel de coadjuvantes que exercem no mundo dos currais eleitorais de um país entregue a aproveitadores de palanque que se elegem, de eleição a eleição, como se estivessem sozinhos no mundo da enganação e não estivessem sendo visualizados pela consciência dos eleitores que os elegem para ser defenestrados por eles???

O Bozo é apenas o exemplar mais recente dessa política de Fernandinhos Beira-Mar. Um conservador do que não precisa ser conservado. De um mundo avassalado pela demagogia e a sociedade que o tolera e às suas “famiglias” de rachadinhos e rachadinhas. O tolera, mas não deveria tolerar. A ele e a seus Fernandinhos Beira-Mar na Câmara, no Senado, entre os currais de políticos degenerados que não se dão conta dos miseráveis que vivem desesperados, de bocas abertas a implorar auxílio num mundo inflacionado por roedores de ossos e comedores de lixo.

Se essa juventude um dia merecer a denominação de jovens, logo reivindicará um lugar ao sol. Ao sol dos acampamentos nas praias, nos morros, nas montanas, nos sítios. Nos mais diversos lugares ao largo, à distância dos que os querem preso nas armadilhas dos currais, pocilgas e atoleiros. Conservados em situações de lares e faculdades onde podem ser facilmente manipulados pela intencionalidade dos que os querem sempre subordinados às suas aberrações culturais e ditas civilizatórias.

Todos os que viveram nos dias de chumbo da invasão soviética à Tchecoslováquia em 1968, na repressão armada à “Primavera de Praga” talvez não lembrem mais daquele jovem estudante suicida que ao se incendiar em praça pública encontrou forças para dizer em alta voz: “para viver é preciso de espaço”.

Sem espaço vital para viver a mocidade independente, como poder compreender tudo o que se passa ao redor enquanto o mundo gira mais rápido que as pombas-gira??? O que se passou para o mundo mudar tão radical, e incontinenti???  A juventude quer ou não pensar sua existência na história do mundo atual??? Quer deseje mudá-lo ou não, é preciso saber o que está a acontecer nas cabeças que pensam e naquelas que estão, por uma questão de falta de educação, sem saber o que é pensar.

Quem sabe os jovens possam criar uma linguagem de coerência cognitiva. Criar uma língua, uma fala, um dialeto que venha a interpretar de modo adequado suas intenções no vivenciar neste mundo cão, onde não são mais que meros cantores nos palcos do sertão roseano das programa ações globalizadas e supremacistas da Tv visão.

Querem as moças e os rapazes continuar sendo marrecas e marrecos afirmando-se na visualização da programação ordinária das redes sociais e jogatinas nos celulares??? Querem ser governados e desgovernados por políticos rachadinhos e rachadinhas???

Esta juventude, esta geração, não deve, presumo, buscar incentivos à dignidade de existir, ter caráter existencial próprio, a partir dessa cultura vulgar que a quer atrelada e dependente às dores de cotovelos, à ataques de ciumeiras iradas de cantoras empoderadas por arritmias cardíacas sertanejas, dependentes de sentimentos bagatelas, insignificâncias e banalidades da simiesca popularidade de auditórios.
DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 17/11/2021
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.


Comentários