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M E T E M P S I C O S E (II)
M  E  T  E  M  P S  I  C  O  S  E

II

EMANUELLE FOI infiltrada nos Estados Unidos como se filha fosse de um dos cientistas da equipe nazista de Wernher von Braun na “Operação Overcast” depois denominada “Operação Paperclip”. A inteligência militar dos EUA cooptou e conduziu ao território americano aproximadamente dois mil técnicos, engenheiros, médicos, e demais cientistas, muitos dos quais haviam trabalhado nas tenebrosas equipes de experimentos do III° Reich com cobaias prisioneiras nos campos de concentração.

A OBSCURA história da qual fizeram parte esses, técnicos, engenheiros, médicos e cientistas, estes sob a batuta do nazista Wernher von Braun, especializado em foguetes (V- 1, V-2), eletro gravitação, armas químicas, após o colapso do nazismo na Alemanha de Hitler, foi simplesmente esquecida e eles passaram a trabalhar para os militares do governo nos Estados Unidos da América.

DIAMANTES DO Reich foram investidos em sua refinada educação. Emanuelle familiarizou-se com a rotina de empresas do Vale do Silício localizadas ao sul da Baía de São Francisco. No Vale se asilam “startups unicórnios” avaliadas em mais de US$ 1 bilhão, e empresas tipo Google, Facebook, Twitter, Apple conexas à Universidade Stanford em Palo Alto, ao Museu de História do Computador e ao NASA Ames Research Center em Mountain View e outras instituições de semelhante prestígio tecnológico "high-tech".

ATRAENTE, EMANUELLE especializou-se também no despertar o apetite sexual e a cupidez de seus pares mais influentes, sem discriminação de sexo. Coach assediada pelo CIO (Chief Information Officer) ou superintendente de tecnologia informatizada, diretor e vice-presidente responsável pela estrutura organizacional da “Itoccentury Central Computers”, o todo poderoso “Pato” Donald Hopper, Emma logo se tornou sua mais íntima e desejada companhia.

EMANUELLE, TINHA mania de jogar os mais recentes videogames em lançamento no mundo do Vale do Silício. Esforçava-se por estar na crista da onda dos conhecimentos mais avançados em microeletrônica. Amava de paixão o elemento químico número 14 da tabela periódica, silício básico na produção de chips e transistores do hardware de computadores, notebooks, smartphones, TVs...

PESQUISAVA A física quântica entre uma e outra exibição de seu particular talento para o surfe em praias da Califórnia. O mundo das partículas elementares da matéria e da antimatéria, o átomo, sua estrutura, a matéria ordinária em suas diversas formas, a astronomia, a evolução do universo desde o surgimento da “partícula de Deus” ou “Bóson de Higgs”, surgida logo após o Big-Bang, confirmada em 14/3/2013. Predita em 1964 pelo físico Peter Higgs, no trabalhar ideias de Philip Anderson.

O GRANDE Colisor de Hádrons (LHC) possibilitou a prova de sua existência em meados de 2008. A faixa energética de busca se afirmou em dezembro de 2011. Seus limites energéticos se ratificaram entre as faixas 116-130 GeV (equipe Experimento Atlas) e entre 115-127 (segundo consenso da equipe de físicos do CMS: Compact Muon Solenoid, um dos detectores do LHC).

SEDUÇÃO E desejo: a aura dela se expandia logo, aonde chegava. Para ela seduzir fruía fácil, não havia dificuldade. As mentes de terceiros eram penetradas como se fossem um pudim no qual ela se deliciava. Seu magnetismo felino, misto de olhar hipnótico de serpente com a ansiedade da fera para sentir o sangue da presa fluir entredentes, era simplesmente irresistível. As realidades esfíngicas, sibilinas, faziam parte natural mente de suas solicitações.

O MUNDO real e o mundo virtual não tinham para Emma nenhuma mínima diferença. A diversidade de motivações ela sintetizava com rara expertise. A habilidade emocional provinha nela de uma profunda, ampla e ao mesmo tempo tecnológica atualidade. Os segredos pessoais de terceiros, ela convertia em estratégias que manipulava com perícia sobrenatural no sentido de conseguir estruturar ambições, por mais inconfessáveis fossem. Não havia limite que sua ganância e ansiedade por poder não pudessem alcançar.

DOMINAVA AS competências dos mais diversos especialistas em estudos científicos, nas mais diferentes áreas, destacando-se na execução de tarefas “high-tech” de complexidade descritiva, exploratória e explicativa. Seu prolífero inconsciente pessoal possivelmente estava minado por um complexo de imensa inferioridade que ela decantava e ao mesmo tempo transferia para seus pares, inconscientemente.

EMMA NÃO tinha consciência desse complexo Psi, que, como uma máquina de movimento contínuo a impulsionava para um lugar no futuro que ela sabia que ia chegar, mas desconhecia como e quando. Talvez o fato de não saber que sua mãe era um gorila, fizesse com que ela quisesse, por todos os meios, ultrapassar em “know-how”, capacitação e mestria, todos aqueles humanos com os quais dividia tarefas de função em alta capacitação tecnológica na pesquisa de ondas sonoras com frequências que ultrapassam 20 mil hz, limite superior à capacidade da audição humana.

EMMA: SUA sede de dominação ela não poderia externar, do contrário, quem poderia suportar sua presença??? Sob sua aparente face de terna complacência e generosidade, quem poderia saber por que e por quem pulsava seu coração??? Sentia quando outros corações batiam por ela, e quando paravam de bater por interferência de pulsações de infrassons emitidas por sua mente. Ela fazia tempestades mentais acontecerem e as aplacava, porque talvez fizesse aqueles que ela afetava, adoecer ou mesmo morrer.

A PERCEPÇÃO dela dos seres humanos com os quais convivia era de que compartilhavam todos um astral de sombrias trevas. Não havia neles, segundo sua percepção, honestidade e talvez todos ansiassem, sem saber, pelo dia em que parariam de existir. Viviam num mundo que os vitimava com entretenimento de baixo teor cultural e motivados ao consumo pela propaganda e a publicidade.    

A SEUS olhos o mundo chamuscava, o que restava das florestas estava a virar cinzas. Governos corruptos, subordinados a governantes criminosos e supremacistas a quem o populacho considerava mitos, prevaleciam no mundo da política. Alimentavam-se de produtos infiltrados por agrotóxicos, conservantes nas latarias e refrigerantes inundados de açúcares e toxinas.

AS INSTITUIÇÕES havidas como democráticas, para Emma perdiam dia após dia, o controle dos crimes ambientais, políticos, econômicos e financeiros. As pessoas não tinham consciência do quanto estavam sendo enganadas e mais pareciam defender a ralé política a quem fantasiavam com quimeras e utopias.

A INTELECÇÃO dela sussurrava em seu ouvido mais sensível, que as pessoas do mundo todo se pareciam muito mutuamente, talvez todas fossem mais ou menos iguais. No planeta todo pululam institutos de pesquisas nos quais as mentes das gerações que vão administrar o futuro, estão todas conectadas com os interesses e as ideias do Vale do Silício. O Vale do Silício, Emma definia de si para consigo: é o Inconsciente Coletivo dessa dita humanidade, cultura e civilização em vias de extinção. Em seu íntimo ela desejava colaborar com isso: com essa extinção em curso.


DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 19/06/2021
Alterado em 13/08/2021
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