DEMÔNIOS GOSTAM DE PÓLVORA

BESTAS DAS TREVAS gostam de armas, de conflitos nos quais há ferimentos, sangue, miséria, pobreza, morte, dor. Pessoas possessas desejam sobretudo criar hostilidades, principalmente com aqueles que julgam ser mais fracos do que elas, de modo que se sintam superiores. Querem-se atletas das tretas com que manipulam grupos armados, milicianos, ou mesmo à sociedade, quando detêm poder político e econômico.

SEM ARMAS E PÓLVORA, como poderiam promover o fogo do inferno??? Como poderiam ter fundado nações, promovido a Revolução Francesa, revoltas em todos os continentes, a brutalidade herança da luta por sobrevivência entre etnias, grupos, tribos clãs, a brutalidade, a violência, as atrocidades exercitadas desde os primeiros hominídeos até os primatas do século XXI.

SEM O COVARDE FOGO das armas como poderia o glorioso exército brasileiro ter massacrado, impiedosa e covardemente o povo do povoado arraial de Canudos em Belo Monte, Bahia, quando uma multidão de sertanejos rendidos, desarmados, foram degolados por ordem de um oficial comandante. Eles fugiam da dominação escravocrata dos latifúndios sob comando, comunicação e controle dos coronéis da miséria nordestina.

ANTÔNIO CONSELHEIRO, liderava esse povo em busca de um mínimo de dignidade para sobreviver fora da dominação dos déspotas que se assenhoravam das terras e pessoas como se estas fossem propriedade deles desde sempre. E tivessem nascido e se criado apenas para servi-los, submetendo-se sem reclamos ao trabalho escravo, sem direito a mais nada que não fosse casa e comida.

A HISTÓRIA CONTADA do ponto de vista da República militarizada de Prudente de Morais, afirmava que os republicanos estavam apenas querendo construir uma sociedade civilizada. Como civilizada, sobre os cadáveres de crianças, mulheres, homens, idosos, grávidas, recém-nascidos sertanejos. Que cultura e civilização poderiam surgir de fatos históricos desse teor, terror, terrorismo???

QUANTO TERRORISMO insano da tropa supostamente heroica e triunfante que pela 4ª vez invadia o arraial de Canudos contra os monarquistas evangélicos de Antônio Conselheiro: pobres sertanejos fugidos e refugiados da escravização dos senhores todo poderosos de terras e vidas secas. Apátridas dentro da própria pátria, que se ergueram do pó e construíram suas riquezas às custas de roças de legumes e leite de cabra.

OS DEMÔNIOS ARMADOS da República recém proclamada, partiram em direção a Canudos com 15 milhões de cartuchos de pólvora e meia dúzia de canhões Krupp. A imprensa republicana tratou de estigmatizar 25 mil pessoas: caboclos, roceiros, caipiras que construíram uma realidade fora da utopia dos fazendeiros da República armada brasileira. O exército a serviço da história dos crimes republicanos.

O JORNALISTA E ESCRITOR Euclides da Cunha denunciou os crimes da 4ª investida do exército brasileiro que já havia perdido três batalhas anteriores ao massacre da 4ª. Os “SS” contra o povo próximo da Bahia de São Salvador. Hoje, nos dias de agora, diretamente do Planalto de Brasília, um capitão maluco que se elegeu presidente da República tropicalista do Brasil, investiu contra os brasileiros com sua tropa palaciana de militares cooptados, e já conseguiu assassinar 270 mil brasileiros com sua “gripezinha”.

AS VACINAS AINDA ESTÃO sendo compradas e aplicadas, enquanto morrem diariamente perto de 2000 brasileiros desprotegidos por seu negacionismo cínico e alucinado, de um mentecapto de caserna advindo do baixo clero da Câmara de deputados e da baixa oficialidade refugiada na utopia da ditadura das armas.

ENQUANTO OS QUE MORREM diariamente precisam apenas de ar, seu filhinho senador compra uma mansão de R$ 6.000.000 (seis milhões de reais) com dinheiro proveniente das rachadinhas e da proteção do PGR de coleira do papaizinho. Esses absurdos não estão acontecendo no sertão do século XIX. Estão a acontecer em março de 2021: século XXI dos feudos republicanos no Congresso.