O JARGÃO SOLENE NA FALA TRÁGICA DA POLÍTICA (Discurso & Catarse)
O JARGÃO SOLENE NA FALA TRÁGICA DA POLÍTICA (Discurso & Catarse)
O POLÍTICO SE CARACTERIZA por ser escravo das próprias mentiras. As mentiras não surgem do nada, elas são expressas em palavras nos discursos de palanque eleitoral ou pós eleitoral no plenário das casas congressuais.
ENQUANTO ELES FALAM bonito, como se dissessem verdades, o Povo continua sempre sob a chibata de suas promessas. A sociedade não evolui um nada. A educação continua uma caca, a saúde entregue às baratas, o saneamento básico deficiente, por vezes quase inexistente:
NA REGIÃO NORTE 16,42% do esgoto é tratado, o índice totalizado é de 8,66%. No Nordeste: 32,11, na região Sul: 41,43%, região Sudeste: 47,39%, no Centro-Oeste 50,52%. Os políticos entram e saem das igrejinhas sempre mais abastados, enquanto os riscos de infecções endêmicas aumenta exponencialmente nas populações municipais, estaduais e na federação.
A TRAGÉDIA DISCURSIVA caracteriza a demagogia política. Ela não é maior do que a trágica situação das populações entregues à sanha da corrupção institucionalizada pelas intenções e as ações de criminosos do colarinho branco dedicados no manter institucional o palanque demagogo.
A LINGUAGEM DO TEATRO discursivo nas assembleias é solene, assim como a linguagem da tragédia teatral propriamente dita. Ela suscita compaixão, piedade, angustia, medo. A finalidade de ambas as encenações é a mesma: encantar pela palavra, pelo engano, pelas emoções suscitadas nos espectadores.
AO FINAL DO PALAVREADO manhoso, da retórica dos bacharéis, da falácia fanfarrona do colarinho branco no Congresso ou no STF Inconstitucional, os ouvintes ingênuos (cada vez mais raros), os que ainda se permitem seduzir ou enfeitiçar pela bruxaria da lábia laboriosa das excelências, sentem-se momentaneamente aliviados.
ESSE ALÍVIO MOMENTÂNEO fazia o ouvinte pasmado sentir o drama social encenado pelo ator malvado do discurso político. Os gregos, inventores da tragédia no teatro chamavam a essa desopressão, a esse lenitivo: catarse, quando os ouvintes se sentiam purificados pelo efeito da descarga emocional linguaruda.
AS INSTITUIÇÕES DA INIQUIDADE institucional vivem do engano, da demagogia, da mentira. As excelências do crime locutório do colarinho branco, as excelências doutoradas em demagogia vão ao sanitário derrubar o barro, mas não se renovam espiritualmente. Abrem a porteira e soltam excremento e urina.
APÓS A DESCARGA NO VASO, a produção de titica e xixi continua sem que se renovem as ideias, as falas, exceto no que têm de espúrio, enganoso e viciado. A trágica produção orgânica e biológica de detritos corporais continua a permitir a continuidade de seus atos falhos secretos e da ética institucional inexistente. Seria cômica não fosse trágica a “Praça É Nossa” dos Três Poderes que são Quatro.
DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 14/11/2019