Textos

"A METAMORFOSE" E Os Intertextos Do Medo (II)
2.8. INTERTEXTOS: REALIDADE E
       FICÇÕES SE INTERPENETRAM

A atriz Sharon Tate, então mulher de Roman Polansky diretor do filme O Bebê de Rosemary, e mais quatro pessoas, foram mortas por membros de uma seita satânica em agosto de 1969, ano seguinte ao lançamento do filme. Sharon Tate estava grávida, assim como a personagem interpretada por Mia Farrow. Ela, Mia Farrow, interpretou o papel da jovem esposa, manipulada por um grupo de ocultistas praticantes de satanismo, que vai parir o Anticristo.

Sociedades secretas e ocultistas, controle mental monarka, assassinatos ritualísticos, fizeram o tititi em torno da adaptação cinematográfica do romance de Ira Levin filmado por Polansky em 1968. O grupo ocultista que manipulava o marido e a mulher grávida que daria a luz ao filho de Satan, era composto por pessoas da alta sociedade novayorquina. Alta sociedade do “dinheiro antigo”.

O prédio de apartamentos denominado Edifício Dakota (Branford, no filme) faz parte de um conjunto de edifícios habitados pela aristocracia do “dinheiro arcaico”. Essa zona de habitação é considerada a “região de conforto” da aristocracia novayorquina. O Dakota fora local de acontecimentos associados à prática de magia negra e assassinatos rituais. Uma década depois das filmagens do Bebê de Rosemary, John Lennon, morador do prédio fora assassinado no portão central de entrada do edifício.

O fundador da Igreja de Satan, Anton LaVey, desempenhou o papel de Satanás na noite em que a mulher fica grávida do dito. Ele não recebeu os créditos pelo papel na cena da penetração e impregnação de Rosemary. Susan Atkins, membro da família Manson que promoveu o massacre de Sharon Tate (grávida do diretor Polansky) e outras quatro pessoas, fora seguidora de Anton La Vey.

O evento macabro do filme, assim como seus desdobramentos no mundo real, permitiu que os americanos questionassem as boas vibrações (“good vibrations”) da geração que fez acontecer os questionamentos políticos, econômicos e sociais da Década de Sessenta. A juventude até então apenas um conceito sociológico, mostrou ao mundo sua atuação contra a guerra do Vit-Nam, em favor dos direitos humanos e da liberdade de expressão.


2.9. GERAÇÃO: NÃO MAIS ENQUANTO
      INTERTEXTO DOS ANTEPASSADOS

Uma parte da juventude na Década de Sessenta (“A Década Que Não Terminou”), finalmente começou a fazer jus ao nome mocidade. Reprimida por séculos de inibição à sexualidade espontânea e ao livre pensar, os jovens, com a ajuda das drogas (maconha, barbitúricos e LSD) a parte ativa e pensante de uma geração, fora à luta em prol de seus direitos e em favor de uma percepção livre do mundo que questionasse com novos discursos o comando, comunicação e controle dos objetivos políticos e econômicos do Complexo Industrial Militar americano. Que exerce CCC sobre os militares dos demais países. Não apenas os da OTAN.

Marcuse, escritor francês marxista e leitor de Freud, interpretava o movimento estudantil americano enquanto vanguarda da revolução. A classe operária estava engajada exclusivamente enquanto assalariada do processo de produção capitalista. A classe operária americana não era uma classe pensante nem tampouco revolucionária. As minorias pensantes dos intelectuais, estudantes, das mulheres até então apenas submissas, unidas aos grupos marginalizados pela exclusão social imposta pela dominação política, jurídica e econômica dos governos títeres das minorias raciais, uniram-se em protesto contra a escravização de seus corações e de suas mentes pelos interesses globalizados do capital financeiro.

O proletariado, seduzido pela propaganda de consumo, pensava apenas em ganhar mais dinheiro, comprar seu apartamento na praia e, se possível, uma casa de veraneio. Os filhos da pequena burguesia, assim como grande parte da geração de ascendência burguesa, haviam embarcado no sonho americano quando o sonho americano já havia acabado. O american way of life vivia seu momento maior de agonia com a derrocada da cultura alternativa em decorrência dos acontecimentos policiais agenciados pela Família Manson. Apesar da Família Manson detestar o movimento hippie, este movimento estava na vanguarda do experimentalismo das drogas.

Os acontecimentos de violência ostensiva e perversa, envolvendo ocultismo e drogas, agenciados pela Família Manson em Nova Iorque, foram explorados pela imprensa enquanto decorrência da cultura alternativa. Quando, em verdade não deveria ter havido tal associação. As cabeças dos ocultistas que usavam drogas, nada tinham a ver com os corações e as mentes da cultura alternativa agenciada pelo movimento hippie.

Mas, somavam-se às cinco pessoas chacinadas na casa do casal Polansky em Los Angeles, o assassinato do casal Leno e Rosemary LaBianca no dia seguinte, em outra região da cidade. A comoção social gerada por esses acontecimentos policiais puseram fim às reivindicações de Paz & Amor da juventude nos anos sessenta. Mancharam a imagem pacifista do movimento hippie, o qual a Família Manson abominava.


2.10. REALIDADE E FICÇÃO: INTERTEXTOS
         DE TERROR, TRAGÉDIAS, ACIDENTES

Criticos e comentaristas da telona costumam dizer que a bruxa estava solta no set de filmagem desse clássico horror do diretor William Friedkin: o rapaz que vigiava os cenários morreu assassinado a tiros, enquanto um técnico de efeitos especiais morria em circunstâncias suspeitas. Ele trabalhava na refrigeração do quarto da menina possessa do filme O Exorcista.

A atriz Ellen Burstyn (mãe da menina possessa) de O Exorcista — (EUA, 1973), lesionou a coluna na cena em que fora jogada distante pela filha. Linda Blair, após interpretar o papel da criança irada e metamorfoseada em formas horríveis e aterrorizantes por capetas rabudos e chifrudos que afligiam seu sistema nervoso central, ficou obesa e chegada em etanol e drogas. Como toda droga é pesada não sejamos metafóricos, metonímicos nem eufêmicos.  Linda Blair metamorfoseou-se também em vegana completa, amiga de veganismo da também atriz Jennifer Lopez.

Outros incidentes no set de filmagem de O Exorcista: um carpinteiro serrou o dedão do pé esquerdo e outro cortou o polegar da mão direita. Talvez ambos fossem descuidados mozoquistas e tenham cortados os próprios dedos por acaso. Dois compositores que haviam se negado a fazer a música do filme morreram: Michael Kamen (Máquina Mortífera, X-Men) de enfarte agudo do miocárdio ou ataque cardíaco fulminante. E o diretor John Frankenheimer (Operação França II, Ronin) vítima de um acidente vascular cerebral (AVC) um mês após descartar os produtores do filme.

A atriz Dominique Dunne no papel da adolescente Dana Freeling fora estrangulada pelo namorado logo depois da estreia do primeiro filme Poltergeist, O Fenômeno — (1981). Ele ouvia a música do filme em volume máximo de modo a abafar os gritos da atriz. Duas baixas a curto prazo fora o saldo do segundo filme da série, O Outro Lado — (1986):

O ator Julian Beck (reverendo Kane) morreu após começarem as filmagens, depois, Will Sampson (índio funcionário da família Freeling), de um transplante cardíaco. No terceiro filme da série Poltergeist — (1988), a menina Heather O´Rourke (Carol Anne), morta de uma doença intestinal congênita por desleixo médico. Ela tinha doze anos. Substituiram-na por uma dublê.

O filho do ator Gregory Peck (personagem pai do Anti-Cristo) no filme A Profecia — (1976), praticou suicídio. Dois figurantes foram mortos por animais que participavam de cenas. Um deles fora despedaçado por um cão, outro, por um tigre. O técnico de efeitos especiais, John Richardison, perdeu o controle do carro em que viajava com a namorada.

O carro precipitou-se de uma rampa à beira da estrada e a namorada fora literalmente degolada (exatamente) como a personagem do filme em cenas produzidas pelo diretor Richard Donner. A mais macabra das coincidências ocorreu quanto ao nome do lugar do acidente: nele, uma placa indicava a distância até a cidade de Ommen. O título do filme em inglês chama-se The Omen.

Há interferências de seres interdimensionais em acontecimentos bizarros ou estranhos? Ocorrências no mundo real são resultado das verossimilhanças intertextuais entre realidade e texto ficcional?  Os fenômenos parapsicológicos são uma consequência da atuação dos neurônios espelhos? Espelhos de influências vindas de outras dimensões além-humanas? Este mundo real é um lugar constantemente influenciado pela dimensão pós-mortem? As “faíscas quânticas” (almas) seriam as partículas de luz que se despreendem do corpo físico humano após a morte, e se dirigem a um lugar comum a todas essas partículas dos mortos que possuem carma semelhante?

Descrita em termos mais simples, a quarta dimensão ocupa a frequência vibracional que atua imediatamente acima de nossa realidade física. Isso inclui os humanos dos reinos os quais nos referimos entre Céu e Inferno, para onde são enviadas almas humanas depois da morte do corpo físico. Seres da quarta dimensão não são físicos, mas também não são imortais. Eles estão aprendendo a partir de vários estudos de prazer e dor, preparando-os para seu próximo nascimento humano, a sua próxima oportunidade para alcançar a libertação do ciclo de nascimentos e mortes necessário ao crescimento espiritual. Seres da quarta dimensão podem agir em transição entre a vida física e a morte. Alguns compartilham informações com exploradores de fenômenos psíquicos... A informação proveniente deles, seres quadridimensionais, é limitada... Eles estão da mesma forma que os humanos do mundo físico, perdidos e confusos (KLEIN, 1990).

Aqueles que se julgam muito espertos, materialistas de carteirinha, fecham-se à ideia supostamente científica de que há dimensões nas quais convivem diferentes formas de textura da matéria. Einstein dizia: “a Mente que se abre a uma nova ideia jamais volta ao conteúdo original”.

Mesmo no século XVII, a representação do pensamento a partir do conceito Deus, e de sua implícita negação, define a dialética de coexistência entre Dimensão e Pensamento enquanto substância de atributos infinitos. Multidimensionais!

Podemos afirmar hoje, agora, na vigência do século XXI, após as conquistas da Física quântica, a coexistência entre dimensões diversas do existir além da Quarta dimensão tempo, em diferentes instâncias outras do espaçotempo. Instâncias essas que, para a compreensão científica de sua harmoniosa unicidade teria de ser afirmada por uma mentalidade ora inconcebível, ultra-humana. Não regressiva.


2.11. INTERTEXTOS E SEUS SIGNIFICADOS
         CONATUS: LITERATURA, FILOSOFIA,
         MATEMÁTICA, FÍSICA, METAFÍSICA
         INTERDEPENDÊNCIA ENTRE JUÍZO
         DE REALIDADE & JUÍZO DA FICÇÃO

Espinosa (Spinosa) usava definições de conceitos que se assemelhavm às definições cartesianas. Mas suas conclusões são radicalmente diversas:

Foi durante esse mesmo Século XVII que dois grandes filósofos decidiram retornar às reflexões sobre as relações entre a existência humana e a ordem universal. Ambos partiram das mesmas noções matemáticas de Galileu para pensar sobre a relação entre a existência humana e a matemática da natureza. Descartes afirmou que a razão humana tem um poder único em todo o universo: o poder de compreender e reproduzir os mesmos cálculos e os mesmos números com que Deus ordenou o mundo. Spinoza, tendo lido a obra de Descartes, decidiu escrever uma Ética na linguagem da geometria. Apesar de tratarem dos mesmos temas –  Deus, a razão humana e a ordem da natureza – Spinoza e Descartes chegaram a conclusões bastante diferentes a respeito da existência humana. Para Descartes, o ser humano se relaciona de tal modo com um Deus Criador que sua alma racional pode continuar existindo mesmo que sua natureza corpórea desapareça. Já Spinoza chegou a uma conclusão oposta. Para ele, Deus e natureza são uma mesma e única realidade – o que significa que a existência humana está inteiramente ligada ao determinismo natural (MATHEUS, 2013).

Spinosa afirmava que a substância é “aquilo que existe em si mesmo”. Deus é livre porque determina a si mesmo. Deus é infinito, “uma substância que consiste em infinitos atributos infinitos” Deus, em consequência, é multidimensional. Dele fazem parte fenômenos físicos e parafísicos, psicológicos e parapsicológicos, assim como a criação e manifestação de seus opostos: os demônios ou anjos caídos.

Os seres humanos estão a viver numa dimensão da matéria que lhes permite flutuar numa realidade que oscila constantemente entre sensações prazer e dor, ciência e mistério, humano e inseto, deleite e horror: a ciência quântica tende à afirmação de que é possível a existência de substâncias imateriais semelhantes e simultaneamente equidistantes, convivendo em corpos antropomorfos, nos diferentes universos paralelos. Extraterrenos. E em diferentes planetas de outros sistemas solares.

Hegel dizia que a filosofia moderna começou com Spinosa, ou seja, “ser um seguidor de Espinosa é o começo de toda a filosofia”. Goethe teria elegido Spinosa filósofo de sua predileção e afirmava que ele não negou a existência de Deus, mas que afirmou a mais minuciosa unidade entre Deus e a existência humana.

Em fins dos setecentos Spinosa, considerado ateu, sofreu ataques sistemáticos de instituições religiosas por meio de seus arautos eclesiásticos que não simpatizavam com a versão filosófica e abstrata de Deus defendida por Spinosa. Ele não acreditava em vida pós-mortem, mas teria inspirado Goethe a escrever Fausto, obra-prima da literatura alemã do século XIX.

Nela, obra-prima, o demônio Mefistófeles chega-se ao cientista ancião doutor Fausto, aproveitando-se de sua velhice e de suas frustrações em decorrência de conhecimentos muito aquém dos que gostaria de ter, ajustam ambos, Fausto e Mefisto, a cessão da alma do doutor em troca de uma sabedoria que o conduziria ao rejuvenescimento do corpo e a obtenção da força física e anímica para desfrutar da sensualidade e da dedicação da mais bela donzela concebida por seus desejos e imaginação.

Mefistófeles no medievo era conhecida encarnação do mal. Como todo mal, opunha-se ao bem e a seu representante maior: Deus. Aliado de Lúcifer (Lucius) na incansável e infinita luta pelo predomínio aliciante de sua vontade sobre os indefesos seres humanos, Mefisto, meio humano meio capeta, estaria sempre disposto ao aliciamento da natureza humana sob a influência de sua força transcendente de sedução.

O ojetivo de Lúcifer/Mefistófeles não é outro senão o de seduzir e suborná-los (os seres humanos) através da exploração de suas necessidades e da corrupção de suas vontades por sua suposta força pessoal e poder político, econômico e jurídico coletivo (governos). A subordinação da cultura e da civilização por essa dominação luciferina é causa de todos os fenômenos mórbidos, psicológicos e parapsicológicos verificados atualmente em todos os países do mundo globalizado pela intencionalidade midiática. Leia-se: coisificação em massa.

Na versão final do Fausto de 1832, ele chega ao Paraíso. Por ter perdido apenas a metade do pacto efetuado com o demônio, os anjos, enquanto mensageiros da vontade divina, vaticinam ao final do Ato V: “Cantemos em coro/Da vitória a palma/O ar está puro/Respire esta alma”. Dessa forma conduzem a alma imortal de Fausto ao Céu, em decreto divino à derrota do funesto Mefistófeles.

Conatus, ou substância infinita em infinito movimento, é conceito central do paradigma filosófico de Spinosa. É a partir dele que sua particular noção de Deus deu origem à sua Ética. Conatus é a tendência ao aprimoramento infinito da mente humana, de seus sentidos e, quem sabe? Espinosa poderia estar a sugerir a criação de outros sentidos complementares aos cinco sentidos humanos, de modo que mente e matéria pudessem lidar com as forças transcendentes do universo de forma não destrutiva.

Conatus, conceito filosófico fundamental para a compreensão da filosofia de Spinosa, forneceu prestígio e crédito ao pensamento de Schopenhauer, assim como ao conceito nietzschiano de Vontade de Potência. Vontade esta que teria inspirado a política de dominação da nação alemã sob comando, comunicação e controle da diarréia psicótica do ditador alemão Adolf Hitler. Nietzsche teria inspirado, com seu conceito filosófico proveniente da Ética de Spinosa (Vontade de Potência), todo o aparato bélico a serviço da tentativa de dominação nazista do planeta contida pelos exércitos Aliados.

O que conduz o homem à liberdade de viver e de pensar é o Conatus. Gregor Samsa, na impossibilidade de continuar seu desenvolvimento humano, em direção às conquistas posteriores de uma vida humana, impedida de acontecer pelas ingerências do poder do patrão e do poder de pressão familiar, metamorfoseou-se em inseto. Regrediu da forma antropomorfa para a outra do filo artrópode, considerada mais adequada às suas limitações de Homo sapiens/demens.

O impulso da personagem kafkiana Gregor Samsa em direção à liberdade individual fora estancado. Sua vida não mais era sua. Seu tempo pessoal fora apropriado pela empresa de tecidos e pelas solicitações familiares. Seu Conatus, a essência da liberdade individual, fora encarcerada na camisa de força da rotina do trabalho assim como pelas exigências familiares. Sua Vontade de crescer intelectualmente, espiritualmente, emocionalmente, sentimentalmente, fora tolhida por obrigações contrárias à sua realização enquanto ser humano. Cercado por uma cultura antropomorfa de insetos, nada lhe restou senão uma essência regressiva rumo à forma artrópode.


2.12. INTERTEXTO SOBRE SUBMISSÃO
         POLÍTICA, JURÍDICA E CULTURAL:
         HITLER, DEMOCRACIA E MÍDIAS NO
         UNIVERSO COISIFICADO
         DA ALIENAÇÃO GLOBALIZADA

O mundo são as vontades e suas representações. As vontades rumo à realização frustrada do desejo de poder. O homem não pode realizar seu desejo pessoal sem entrar em conflito com o desejo pessoal do outro. Ambos os desejos: o do primeiro sujeito e o desejo conflitante com os interesses do outro, que também deseja realizar-se. Mas o homem não possui apenas o outro exógeno, o outro também está em seu interior. E os conflitos se materializam de dentro para fora e de fora para dentro. Por quê?

Porque a objetivação da vontade pessoal exclui a objetivação da vontade coletiva. O homem não trabalha em prol de sua própria espécie. Ele trabalha em proveito próprio. Não há, em última instância, vontade coletiva. Por quê? Porque se cada um trabalha em próprio proveito, toda atividade coletiva está empenhada no interesse conflituoso de um contra o outro e de todos contra todos, como diria o autor de Leviatã.

A verdadeira intimidade do homem está em que ele não pode ser ele mesmo. Esta, sua verdade mais íntima. Se ele não pode trabalhar em proveito de sua espécie, ele não pode trabalhar em proveito próprio sem ferir seus interesses mais íntimos. Como diria Hobbes: “O verdadeiro e o falso são atributos da linguagem, não das coisas. Onde não há linguagem não há verdade nem falsidade”.  

A linguagem do Estado Leviatã dos insetos antropomorfos se afirma no uso e no abuso da corrupção institucional. Os Três Poderes existem, no Estado Leviatã, para a defesa do usufruto dos interesses particulares das oligarquias políticas e jurídicas sob comando, comunicação e controle do Estado Leviatã. O Estado Leviatã é gerido pela essência inseto do Homo demens.

Nesse Estado não há possibilidade do homem defender princípios que garantam sua liberdade. Liberdade de pensar e de agir conforme seus pensamentos e a sua pessoal humanidade. Sem humanidade pessoal inexiste humanidade coletiva. E vice-versa.

Os corpos humanos não precisam de uma causa para entrar em movimento? Se eles não tivessem uma causa pertinente à sua Vontade, como poderiam motivar-se a comer, beber, trabalhar, dormir, despertar, amar, divertir-se? Hobbes escreveu Sobre O Corpo, Sobre O Homem e Sobre O Cidadão. Ora, não há poder sobre a Terra que tenha condições de se insurgir contra o Estado Leviatã Tecnológico. Gerido pela essência coisificante e pulsional própria dos insetos.

Este Estado Leviatã Tecnológico não admite a possibilidade individual de o homem exercer sua liberdade. Pessoal. Na impossibilidade de exercer a liberdade individual de humanizar-se ao mesmo tempo em que evoluiu enquanto ser político, econômico e social racional, como poderia haver um Estado, senão Leviatã? Um Estado gerido pela essência artrópode. Pelo inconsciente coletivo dos insetos.

Como poderia o homem sob a dominação dos interesses particulares do Leviatã artrópode criar uma sociedade de princípios e realizações dos direitos básicos do cidadão sem cidadania? Neste Estado Artrópode Leviatã Tecnológico a liberdade individual existe apenas enquanto discurso. Enquanto linguagem vive-se numa democracia. Enquanto realidade pusional vive-se para a afirmação da coletividade das borboletas, formigas, abelhas, vespas, gafanhotos, mosquitos, cupins, mariposas, aranhas.

Enquanto realidade as pessoas representadas pela tentativa malograda da Vontade  frustrada de Gregor Samsa em trabalhar e viver a vida, ao mesmo tempo que é impedido de se humanizar, estão no caminho de se metamorfosearem em marginais periculosos, militantes das lutas, pessoais e coletivas, cada vez mais renhidas, pela supremacia da Vontade de Ter. Essa Vontade de Ter que os impele ao uso e ao abuso da violência na tentativa de aquisição de bens por meio maquiavélico que justificam os fins da marginalidade, do roubo, do assalto, do sequestro, do homicídio, e de formas supostamente não violentas, mas aceitas, de burlar as leis (crimes do colarinho branco).

Na sociedade antropomorfizada dos insetos, há preponderância pelo Ter. O senhor Mercado do Ter, regido pelo Leviatã Estado, a impossibilidade da formação educacional conduz milhares de milhões de insetos antropomorfos (pela impossibilidade de se humanizarem) desprovidos de educação elementar e média, pertinentes à sustentação existencial, racional, consciente do Conatus Spinoseano. Sem educação adequada, inexiste possibilidade de evolução pessoal em direção ao humano. Por isso, a regressividade é uma lei, um imperativo categórico da espécie Homo demens/inseto.

O Estado existe para garantir a liberdade pessoal das pessoas. O Estado Liviatã Tecnológico existe para disseminar entretenimento de baixo nível às pessoas, de modo que essas não possam reivindicar condições de humanidade. E se contentem em consumir mercadorias como se fossem, elas mesmas, insetos antropomorfos, ou a massa que passa nos projetos (sempre) do futuro. Pessoas sem cidadania, agentes financeiras do consumo de mercadorias. O Mercado a serviço do Estado Leviatã Tecnológico. Dos insetos antropomorfos.

O Estado Leviatã Tecnológico dos insetos antropomorfos abusa da condição de realização da Vontade de Poder de oligarquias que, de modo algum (nem de longe) trabalham para a realização da humanidade das pessoas.

O Estado Leviatã Tecnológico, quando muito, concede aos cidadãos uma educação de araque, uma educação ao estilo Bolsa-Família. O Estado Leviatã Tecnológico está ocupado em metamorfoseá-las (as crianças) em insetos. Um cidadão sem educação inexiste. Inexiste enquanto consciência de seus direitos. As grandes maiorias de cidadãos sem cidadania estão a despertar para essa realidade do Leviatã Estado roubando-lhes descaradamente as oportunidades de humanização e de vida.

O Estado Leviatã Tecnológico joga as pessoas no lixo da história. E seu ministro da Educação neste país, o ministro da Educação do Estado Leviatã Tecnológico está a mimetizar Goebells e a sua notoriamente nefasta frase de efeito: “Quando me falam em cultura em puxo um talão de cheques”: “Quando me falam em educação em puxo o Bolsa-Família”.

— Quando me falam em educação eu puxo os trinta dinheiros do Bolsa-Família! Ao parodiar as atrocidades impostas pela gerência da política do Estado Leviatã Tecnológico e futebolístico, o ministro da Educação e o da Cultura desse país estão a manter a esmola desses trinta dinheiros visando calar a boca das famílias e de seus descendentes por muito tempo ainda, de modo que continuem aceitando esse arremedo (que mete medo) de educação e distribuição de esmolas, essa paródia da propaganda nazista que afirma ser o Bolsa-Família um programa que levanta a moral da educação nesse país.

Como pode haver educação com professores ganhando menos que jogadores de futebol? Só se for uma educação de insetos. Como pode haver propaganda da educação senão por um Estado Leviatã Enganador? Se ela, a educação, está oficialmente orientada para chutadores de bola com educação formal irrisória.

Jogadores de bola, sem liberdade para depor em favor de seus conterrâneos nas galeras dos estádios de futebol. Em suas entrevistas cheias das mesmas expressões tinhosas, repetitivas, das mesmas meias palavras. Do zunido imperdinente dos insetos das crônicas esportivas dos heróis das chuteiras do Estado Leviatã Tecnológico.

Tal qual Hobbes, Kafka poderia ser classificado enquanto “Autor do Medo”. Afinal, seu livro de terror (?) “A Metamorfose” é impactante e verossímil, do ponto de vista dos costumes, da consciência e da racionalidade, tanto quanto histórias de terror escritas por autores de ficção científica (Allien, O 8° Passageiro, entre muitas outras), ou de histórias de terror/suspense/horror: Edgar Allan Poe, Stephen King. H. P. Lovecraft, Bram Stoker, Clive Baker, Mary Shelley, Dean Koontz, Jonathan Maberry, Richard Mateson, Anne Rice.

O Estado Leviatã Tecnológico dos insetos cada dia mais ultraviolentos, que matam, roubam, sequestram, com armas cada vez mais sofisticadas, muitas delas de propriedade exclusivas das forças armadas. A insegurança no Estado Leviatã Tecnológico é uma força ascendente que, igual a um tsunami, faz cada dia mais vítimas. Seus assaltos e sequestros relâmpagos já são rotina no dia a dia dos cidadãos sem cidadania. E a “elite” desse Estado, dito republicano e democrático, se isenta de qualquer responsabilidade quanto a fornecer instrumentos de promoção social na educação. Na saúde...

Quantos milhares de Gregor Samsa existem nesse país? Quantos milhões? A novela de Kafka é um texto de terror? Sim! Porque esse terror, essa “A Metamorfose”, está sendo vivenciada por milhões de pessoas. Cada uma delas deseja que a vontade pessoal de ser alguém prevaleça. Mas como? Se ser humano, com direitos de cidadania, é uma impossibilidade imposta pelo Estado Leviatã da Tecnologia?


3.  FIM DE JOGO
     CONCLUSÃO
3.1. CONDICIONAMENTO NEURAL
   DESTRUTIVO ATUANDO NO SET
    DE FILMAGEM (4ª DIMENSÃO?)

“O medo dos poderes invisíveis,
inventados ou imaginados a partir
de relatos, chama-se religião.”
     (Hobbes)

Existem fenômenos estranhos, manifestações paranormais inegáveis (contra evidências inexistem argumentos pertinentes). A ciência ortodoxa por vezes se predispõe à negação do que ela mesma visualiza, mas não pode comprovar em termos de experimentalismo científico. Pesooas com tendência ao ceticismo (algumas se acham mais reais do que a realidade) não poucas vezes mudam de opinião ao visualizarem fenômenos de natureza estranha para elas inexplicáveis. Mas inegáveis.

A Parapsicologia investiga fenômenos paranormais: telecinésia, telepatia, retrocognição, clarividência, projeção da consciência, precognição, telecinésia, tanatologia, reencarnação, mediunidade, percepção extrassensorial, conhecimento sobrenatural, experiências multidimensionais.

Fenômenos que ultrapassam as explicações das leis naturais acontecem todos os dias em todos os lugares. O cepticismo, uma atitude doutrinária, defende a opinião de que a subjetividade humana não consegue ter certeza no domínio da verdade (exceto as parciais, nos fenômenos observados através da experiência científica). Não são poucas as histórias contadas pela tradição oral que foram objeto da “ficção” de autores literários.

Uma dessas histórias, associada ao fenômeno de reencarnação (e/ou animismo), fora escrita por Henry James (A Outra Volta Do Parafuso), americano de Nova York. Em 1861 começou os estudos superiores na Faculdade de Direito de Harvard. Em 1900 concluiu um livro no gênero Conto. Dentre os vinte contos editados na época estava esse, mencionado entre parênteses.

O conto começa numa reunião de amigos em volta da lareira de uma residência londrina. Douglas, um partícipe do encontro, diz ter conhecimento de uma história de terror que ultrapassa os limites do horrível por ser uma história real. Despertada a curiosidade dos partícipes, Douglas informa a eles que a história fora revelada por uma senhora sua conhecida que, antes de morrer, resolveu escrevê-la. Não poderia contá-la na ocasião porque o manuscrito havia ficado em outro local da cidade onde teria de  buscá-lo. Quando estivesse com o mesmo em mãos, voltariam a reunir-se para a comprovação da história.  

A Outra Volta Do Parafuso conta a história de uma jovem preceptora numa propriedade de Bly, Essex, subúrbio de Londres. É contratada pelo tio e tutor de duas crianças cujos pais haviam morrido na África. As crianças, Miles e Flora, são parcialmente controladas (animismo e/ou reencarnação) por um casal de criados anteriormente mortos na casa em circunstâncias suspeitas. O casal de fantasmas deseja reproduzir as investidas sexuais de ambos usando para isso os corpos do casal de crianças.

As duas aparições fantasmagóricas modificaram o comportamento e a linguagem do menino e da menina. A preceptora desejava fazer sustar as influências animistas, mas, para isso, deveria vencer a desconfiança existente entre ela e os infantes em decorrência das diferenças sociais e do consequente distanciamento imposto pelas classes sociais.

O roteiro do filme, originado no livro, no Brasil teve por título Os Inocentes. Supostamente baseado em fatos, Henry James teve conhecimento da história de terror/horror dessas crianças quando sua família mudou-se para a Europa, através de seu irmão, William James, estudante de filosofia na Universidade de Berlin (1867/68), tendo-se graduado posteriormente em medicina na Universidade de Harvard onde fora professor de fisiologia e anatomia, tornando-se nela, UDH, professor-assistente de Psicologia em 1876.

Não se pode dizer desses imãos James, ou de sua família, que eram pessoas humildes e, por isso mesmo, chegadas a crendices e superstições. Após sua adesão ao pragmatismo filosófico William James, por muitos considerados “o pai da Psicologia Americana”, fora também um dos pioneiros nos estudos experimentais da Parapsicologia. “Channeling” ou “canalização” é um processo parapsicológico em que a “faísca quântica” de alguém que morreu (ou outra entidade não-física) fala e/ou age através de um médium, ou pessoa sensitiva.

Crianças são particularmente sensitivas e não especialmente sensitivas no livro de Henry James A Outra Volta Do Parafuso. Os fantasmas do casal que as importunam na mansão dos pais mortos, na qual estão à mercê de suas investidas, estão a amadurecer um processo de canalização que poderá se tornar, com o amadurecimento da possessão (e/ou encarnação, e/ou canalização, e/ou posse) crônico e irreversível. É isso que a preceptora da menina e do menino quer impedir que aconteça.

Crianças entregues à influências mórbidas por meio de uma sexualidade doentia (se foram vítimas contumazes de abuso sexual na infância, p. ex.), são particularmente induzidas por entidades associadas a perversões sexuais, a se metamorfosearem numa espécie de xerox ou intertexto da sexualidade dessas “faíscas quânticas” que atuam através da mediunidade e necromancia, envolvendo a canalização de padrões de esgotamento anímico das forças de personalização de crianças pré-adolescentes.

Essas influências são muito humanas. Humanos preparam essas crianças em rituais de intimidade familiar, para, quando se tornarem adolescentes, aceitarem a manipulação de uma cultura adulta mobilizada em fazer valer seus (dela, cultura adulta), interesses. Seres ditos espirituais (“faíscas quânticas”) têm atuação facilitada nessa dominação gradativa (por vezes definitiva) de seus corpos, de seus corações e de suas mentes.

A Igreja católica através de seus padres pedófilos e de instituições tipo Opus Dei, exercem uma política inserida nos anais da “Teoria da Conspiração” como sendo responsável pelo Pacto Satânico de Roma que, de há séculos, com a conivência de parte substancial do clero e de associações com sociedades secretas, vem incentivando práticas pedófilas para não apenas arregimentar, mas sacrificar no altar negro de suas intenções, gerações e gerações de crianças sob a tutela de famílias com práticas seculares de técnicas de pedofilia.

Nos Estados Unidos a Duke University, instituição privada localizada em Durham, na Carolina do Norte, teve suas raízes na pesquisa parapsicológica desenvolvida desde 1837. Este termo, Parapsicologia, teria sido pronunciado pela primeira vez em 1889 por Max Dessoir para classificar em grupos os resultados dos estudos científicos sobre fenômenos ditos transcendentais. Fenômenos esses fora dos domínios da Psicologia habitual. Anteriormente, a Parapsicologia fora conhecida por estudar em caráter filosófico e experimental a origem, estrutura e função das “faíscas quânticas” na realidade da espécie Homo sapiens/demens.

A Duke University, uma das mais prestigiadas universidades do mundo da Copa do Mundo, classificada entre as 10 melhores instituições de ensino superior dos Estados Unidos, conta entre seus membros atuais Melinda Gates. A dotação anual chega a mais de cinco bilhões de dólares que são investidos por seus conselheiros de investimento.

No Brasil, a Doutora Angélica A. Da Silva Almeida, publicou Artigo de conclusão de curso — O Olhar Dos Psiquiatras Brasileiros Sobre Os Fenômenos De Transe E Possessão — no qual disserta sobre a obra de Pierre-Marie Janet, um nome precussor da psicologia experimental no livro O Estado Mental Das Histéricas. Nele, Janet desenvolve modelos explicativos do estreitamento, integração e fraqueza psíquica delas, histéricas, expondo, também, as noções de campo de consciência em decorrência dos  mecanismos psicológicos da psicastenia. Este é o Resumo do Artigo:

Contexto: Os fenômenos de transe e possessão despertaram o interesse da comunidade psiquiátrica brasileira, gerando posturas diversificadas. Objetivos: Descrever e analisar como os fenômenos de transe e possessão foram tratados pelos psiquiatras brasileiros: seu impacto na teoria, na pesquisa e na prática clínica entre 1900 e 1950. Método: Análise de artigos científicos e leigos, teses e livros sobre transes e possessões produzidos pelos psiquiatras brasileiros entre 1900 e 1950. Resultados: Identificam-se duas correntes de pensamento entre os psiquiatras. A primeira, vinculada às Faculdades de Medicina do Rio de Janeiro e São Paulo, sob forte influência de autores franceses, deteve-se mais na periculosidade do espiritismo para a saúde mental. Defendia a adoção de medidas repressivas com o poder público. O segundo grupo de psiquiatras, ligado às Faculdades de Medicina da Bahia e Pernambuco, embora não desconsiderasse o caráter patológico ou “primitivo” dos fenômenos de transe e possessão, apresentou uma visão mais antropológica e culturalista. Considerando tais fenômenos como manifestações étnicas ou culturais, alguns defenderam o controle médico e a educação do povo para o abandono dessas práticas “primitivas”. Outros não consideravam os fenômenos mediúnicos como desencadeadores da loucura, mas manifestações não-patológicas de um universo cultural, além de não vinculá-los ao atraso cultural da população. Conclusões: As religiões mediúnicas foram objeto de estudo por longo período, resultando hipóteses e práticas diferenciadas por parte da comunidade psiquiátrica brasileira, constituindo-se oportunidade privilegiada para o estudo do impacto dos fatores socioculturais na atividade psiquiátrica (ALMEIDA, 2007).

Orwell afirmou em seu “1984” que nos esquemas estabelecidos pelos governos autoritários, os partidos políticos sob o comando, comunicação e controle dos poderes, não apenas em países reconhecidamente autoritários, mas em países de suposta tradição republicana e democrática, o Lema dos partidos políticos, traduzido de seu palavreado demagógico de palanque, quer dizer, em tradução literal e explícita: “Guerra é Paz. Liberdade é Escravidão. Ignorância é Força”. Democracia é Autoritarismo Oligárquico.

Sabemos que sem saúde física e mental pertinentes à cidadania de um povo eleitor, as ruas das cidades tendem a ficar inflacionadas pela insanidade da violência exercida pelos que se sublevam em decorrência de uma condição social abaixo dos padrões mínimos de qualidade geridos pelos serviços públicos acima classificados.

As concessões dos conglomerados do entretenimento parecem não ter compromisso com a cidadania e a qualidade de percepção de seus TVespectadores subordinados ao controle remoto do mundo da sala de jantar do sofá. Os conglomerados de mídias reforçam a condição de baixa autoestima, carência de respeito e amor-próprio das pessoas submersas nessa condição sociais aviltantes nesses países.

Aonde quer que os poderes republicanos exerçam influência política, econômica, social e jurídica, a democracia republicana se caracteriza por eventos sempre movidos pela Vontade de Corrupção. Essa Vontade política disseminada nos poderes que induz as pessoas, os eleitores sem cidadania, à regressividade da condição psicológica e à retroatividade kafikiana de Gregor Samsa: a sociedade globalizada dos insetos.

Lembremos de Morin e de suas dicas pedagógicas que justificam uma educação universalizante. Uma educação que venha a rasgar as convenções e os paradigmas que, nas escolas do ensino fundamental, médio e dito superior, disseminam o isolamento e a separação entre ciências humans, exatas e da natureza. O conhecimento especializado está restrito a profissionais que dominam uma única área. Em detrimento das outras ciências. Em detrimento da disseminação do conhecimento. Da Gnose.

Mas, mesmo a partir do conhecimento multidisciplinar, como o homem poderá se libertar das leis Físicas? Segundo Kant, não estando imerso no mundo físico. O homem não seria um ser determinado pelo espaço. Este, é forma “a priori” da intuição sensível exerna. O conhecimento é condição da possibilidade de experiência, isto é, independe da experiência para justificar sua própria origem. Categorias e conceitos estabelecem as conexões do que se manifesta no espaço. Na Crítica da Razão Pura Kant afirma-se agnóstico.

Na Crítica da Razão Prática Kant afirma a liberdade pessoal enquanto a realidade maior do sujeito. Liberdade essa apenas encontrada em sua criatividade cognoscível. Perguntamos se toda criatividade pode ser cognoscível. A resposta é sim. Se existe enquanto postulação, existe enquanto realidade transcendente. Um postulado é uma proposição não evidente: não precisa ser manifesta nem provada.  

Kant negou que o sujeito transcendente (condição “a priori” da objetividade) fosse real. A liberdade de criação kafikiana, pode ser considerada “factum” autoral em razão da existência prática, literária, de seu personagem Gregor Samsa. Gregor Samsa é um milagre narrativo que sugere uma epifania ao leitor. Criado no âmago significativo da condição existencial dos costumes mais habituais no ambiente familiar e do trabalho, ele fundamenta literariamente a essência mais íntima do ser humano: ser inseto.


REFERÊNCIAS
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DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 14/07/2014
Alterado em 09/10/2023


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