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HOLOCAUSTO NUNCA MAIS (PSI CITY) — 2ª REDAÇÃO. IV
188) EXT. PÁTIO DO HOTEL. BARRA DO GARÇAS — NOITE.
O índio PERIMURICÁ aproxima-se de ROSSI LEE que está dirigindo-se a um utilitário. TAUIL pergunta:

— PERI, você vem mesmo conosco? (ele balança a cabeça como quem diz: “Sim, sim”).

(Um barco a vapor os conduz até Rondônia. Mudam de carro. Saem de um utilitário modelo Van e entram numa camionete cabine dupla. Em Mato Grosso param num bar onde a TV-Canal 10 está exibindo um filme. Nele um personagem entrevistado por um locutor de jornal diz):

—“Não fosse a amblose disforme e os ETs que trabalham com o governo dos Estados Unidos na Área 51 e em outras áreas secretas, os ETs do mau, teriam escravizado a população da Terra, como fizeram em outros planetas colonizados por eles, em outros sistemas solares, em outras galáxias”.

— “A Área 51 com aproximadamente 1550 quilômetros, Condado de Lincoln no deserto de Nevada, abriga uma área do complexo industrial militar sob administração da Nellis Air Force Range. Possui túneis subterrâneos com 3651 X 61 metros”.

— Este local de pesquisa tecnológica avançada, assim como outros, tipo a AUTEC, estavam produzindo armas de dominação planetária assim como seres híbridos, humanos e máquinas, que garantiriam a escravização da população da Terra sob comando, comunicação e controle dos “homens de preto”, que representariam o Governo Centralizado do planeta Terra, sob comando, comunicação e controle da Nova Ordem Mundial.

— "A New World Order, diz o locutor do filme do dia na TV-Ghost, visava transformar a Terra numa colônia galáctica lemuriana”.

(A reportagem continua mostrando os subterrâneos da Área 51, agora abertos à reportagem. A voz em “off” informa):

— “Havia seis níveis de hangares subterrâneos. Todas as estruturas com formato de pentágono. A pesquisa de armas avançadas estava possivelmente em seus últimos estágios. Foram encontrados robôs gigantes com mini-mísseis acoplados à estrutura mecânica. Assim como seres híbridos humanoides”.

— “Um e meio milhão (l.500.000) desses humanoides já habitavam o planeta, mesclados à população de humanos. Em todas as metrópoles da Terra. Supõe-se que estavam todos preparados para substituir as principais autoridades nas principais instituições representativas de seus governos. Substituiriam parlamentares, autoridades militares e juízes das Supremas Cortes dos Judiciários. E também nas cortes supremas de outras instâncias igualmente influentes no comando, comunicação e controle da sociedade”.


189) EXT. TRECHO DE ASFALTO NA ENTRADA DA CIDADE DE GOIÂNIA — NOITE.
ROSSI LEE (olhando compassivamente para TAUIL no banco de passageiro ao lado) — Esses filmes “full-time” do Canal-10 são impressionantes. Esse que vi hoje desvenda os mistérios por detrás dos eventos de CHE.

(A TV-Virtual do Canal 10 mostra cenas que atestam a realidade da tecnologia extraterrena em conluio com governos da Terra, empenhada em semear pânico na população planetária. A Combustão Humana Espontânea era produzida pelo “efeito raios X” de alta potência, emitido por raios gama da central orbital invisível, a lua de configuração e simetria esférica, em rotação do outro lado da Terra, em simetria com a   lua natural).

— “Lua estranha. Ninguém vê”. — (PERIMURICÁ falou em dialeto karib. Comentou com sua expressão de quem sabe muito mais, tanto, que possui dificuldade em sintetizar verbalmente as coisas que vê em suas visões de Xamã da tribo Kalapalo do Alto Xingu).

ADRIANE TAUIL — Que você disse, PERI? Traduz.

PERIMURICÁ — “Eles”, dominação, medo. — (PERI está com os olhos fixos, longe, dentro dele mesmo) — (complementa): Guerra. Horror. — Kugihe Oto. Akunga. Oto Cebus. Oto Kahü. Todos escravos. Todos da Terra. Nenhum livre.


190) EXT. TRECHO DE ASFALTO FRENTE À PRAÇA DOS TRÊS PODERES. BRASÍLIA — DIA.
(O utilitário para próximo ao jardineiro que apara a grama frente à Praça dos Três Poderes em Brasília).

ROSSI LEE — Era daqui que as excelências pirateavam o país inteiro, a propósito de defender a democracia.

TAUIL — (chama a atenção de ROSSI LEE para membros dos Três Poderes, curiosos, aproximando-se) — A imagem da decadência prepotente. Eles não perderam a empáfia.

ROSSI LEE — Confiavam na vitória da “Nova Ordem Mundial”. Na escravização total dos habitantes do planeta. Mesmo agora, derrotados pela “amblose disforme”, pretendem manter a soberba.

TAUIL — Mas não conseguem. As articulações estão claramente oxidadas. E suas caras de paxás consumidores dos produtos produzidos pelos “spas”, não traem a inutilidade total de seus mandatos.

ROSSI LEE — Para não falar desse odor fétido decorrente dos cosméticos usados para manter por mais tempo a aparência de que estão vivos.


191) EXT. RUA JORGE CHAMAS. IBIRAPUERA. SÃO PAULO — DIA.
(ROSSI LEE se distancia deles. ADRIANE e PERIMURICÁ tentam achar o endereço do SPA da filha, ou neta, de TAUIL).

ROSSI LEE — “Deus não pode ser mantido vivo à custas de preces e injeções. Antes tarde do que mais tarde”.

(Após alguns momentos de busca nas ruas desertas do Ibirapuera, o NATIVO chama por TAUIL).

PERI — Aqui, venha vê, aqui! — (TAUIL aproxima-se dele enquanto PERI move a cabeça em direção à placa de bronze colada na parede) Veja!

(ADRIANE TAUIL lê a placa: “SPA Ariadne Tauil: GERIATRIA”)

PERI — (vê as faces de ADRIANE ficarem muito brancas, sem sangue) — Você está bem? Pergunta ele.

ADRIANE (o coração batendo muito rápido) — Essa ansiedade. Parece impossível alguém está nessa situação. Insustentável.


192) EXT. RUA JORGE CHAMAS. PARQUE IBIRAPUERA. SÃO PAULO — DIA.
TAUIL — (olhando para PERI mostra certo nervosismo) — O lugar está vazio. Não funciona mais. (As folhas outonais das árvores são, em grande quantidade, levadas pelo vento ao redor).

PERI — (fecha os olhos, seu corpanzil parece crescer com a inalação. Os pulmões se enchem de ar, como se este fosse uma substância medicamentosa) — Muita chuva! Exclama. — ROSSI LEE não vem?

ADRIANE TAUIL — (tentando parecer calma, ela olha PERI apertar outra vez o botão da campainha) — Vamos, exclama ela, não há ninguém aí. Faz tempo essa lugar está desabitado. Não insista!

PERI — (volta sua atenção para a câmera de vigilância que começa a se mover).


193) EXT./INT. DO SPA. SALA. MESA DO CONTROLE INTERNO DE MONITORES. PORTA DE ENTRADA — DIA.


(Chico Cesar, o operador de monitores, está pasmo. Sua expressão ao ver a face de ADRIANE TAUIL é de pasmo horrorizado).

CHICO CESAR — (muito nervoso, mal consegue articular as palavras) —QaaaquQuêe que que que desejam? — (encostando os olhos no monitor como se a atestar se é mesmo verdade o que vê) — Aquele maldito baseado! Chico César exclama estupefato: Mama África! Mas que coisa é essa? É muito novinha! Essa mulher não pode existir. Não pode estar aí! (Atônito, ele olha outra vez abestalhado para ADRIANE, e exclama: — (roçando os artelhos das mãos nos olhos): "Tá totalmente fora dos conformes").

ADRIANE — (compreende o estresse do operador de vídeo-fone) — “Take it easy”. Meu nome é ADRIANE, este é o senhor PERIMURICÁ, Xamã do Xingu. Queremos visitar o SPA. Ficar um período como hóspede. Podemos entrar? Se não for incômodo!

CHICO CESAR — (gaguejando nervosamente) — AAndridriAdridriDRIane...Então é isso! Tá se explicacando! Elalalá da equipipe Ostrowsky... Isso é queququê é progresso em geririatria... Cêcêcert1o!!... Dra. Adridriadridriane... Então é isso... Um mememento... Momento, por favor!

(Ouve-se o ruído das linguetas metálicas do trinco da porta de entrada que começa a abrir).


194) INT. DO SPA. CORREDOR DE ENTRADA E SALA DE ESPERA — DIA.
(ADRIANE TAUIL e PERIMURICÁ são conduzidos por uma atendente enfermeira do SPA. Ela os recebeu com uma saudação em voz alta levantando o braço direito: “Fervet Opus”. Passam por uma grande sala de prática de exercícios. Nela se veem compridas bandeiras vermelhas com a inscrição em preto: “Fervet Opus”. Algumas pessoas que não faziam exercícios aeróbicos estavam alojadas em poltronas estilo Luis XV).

1° CLIENTE DO SPA — (levanta-se apressadamente e encosta o rosto no vidro que separa a sala de exercícios do corredor) — De qual SPA essa mulher deve ter vindo? Fantástico. Mal posso crer em meus olhos!

2ª CLIENTE DO SPA — (cara de muito admirada) — Eu também quero saber. Não acredito! Rejuvenescer, as pesquisas estão progredindo. Expressões faciais pasmas e bocas entreabertas demonstram grande espanto.

3ª CLIENTE DO SPA — (o rosto colado ao vidro, expressão abismada) — Bar-ba-ri-da-de! Agora sei que existe mesmo evolução em pesquisa geriátrica.

4° CLIENTE — (aproximando-se da parede de vidro com cara de espanto) — Isso sim é que é progresso em geriatria.

5ª CLIENTE — (olhando TAUIL afastar-se) — E dizem que este é o melhor SPA do Brasil... Vou logo que possa para a Romênia!
1° CLIENTE — (ainda superlativamente admirado olha TAUIL sumir pelo corredor) — A Romênia ainda possui os melhores SPAS do planeta.


195) INT. DO SPA. SALA DE ESPERA CONTÍGUA AO JARDIM DE VERÃO — DIA.
ENFERMEIRA GUIA — (faz gesto em direção às poltronas em estilo Luiz XV) — Por favor sentem-se e esperem um pouco.

PERIMURICÁ (chegando-se a um patamar circular de mármore sobre o qual estão alguns termos de chá. Ele fica matutando como que querendo consumir o coteúdo deles e servir-se).

— “Que coisa essa! (Peri exclama enquanto pensa) — Só tem pinça. Ninguém põe chá em pinça. Não pode”.

— (Ele observa pequenas vasilhas contendo líquidos de diversas cores, e exclama): — “Que raios de trambique é esse? Esse lugar só pode ser do mal. Estou com sede e não posso beber”.

(As etiquetas nos termos indicam: 19%, 20% e 21% de plasma antígeno. Ele olha para os lados ainda na busca, inútil, de algum copinho descartável ou canudo).


196) INT. DO SPA. SALA DE ESTAR/JARDIM DE VERÃO — DIA.
(TAUIL está a ler um artigo da revista científica do SPA intitulado “Perenidade: A Realidade Do Sonho” — Dr. KLEIN ZADILETT. Enquanto ADRIANE lê o artigo, PERIMURICÁ continua concentrado numa possível solução do quebra-cabeças dos termos sem copos ou canudos ao alcance das mãos).

PERIMURICÁ (olha de soslaio TAUIL lendo o artigo. Os olhos movimentam-se também em direção aos termos de chá. Como uma criança grande e traquina, pega um dos termos e aperta o botão da saliência superior, onde, pouco abaixo, há um espaço vazio por onde sai um pequeno globo envolto numa membrana transparente. Dentro do qual há um líquido alaranjado. A bolinha está aquecida).

(ELE olha TAUIL de soslaio. Ela permanece concentrada na leitura do artigo. TAUIL tenta concentrar-se na leitura e releitura de algumas frases e parágrafos. Quando olha PERI, este disfarça, como quem não está fazendo nada demais).

PERI (fora do campo de visão de TAUIL, joga a bolinha de uma para outra mão. De quando em vez sopra a bolinha no ar. Já agora ELE a lança no interior da boca. As bochechas se enchem de ar. A bocarra permanece fechada. ELE parece sufocar. Os olhos se enchem de lágrimas. Ele se concentra enquanto as lágrimas escorrem pelas faces rubras. De repente abre a boca num rompante e dela sai um jato de fumaça soprado para fora. A fumaça de coloração laranja faz PERI parecer ainda mais confuso e interrogativo).

(O rosto do ÍNDIO é de sofrimento. O corpo hirto, a visão contemplativa. Os olhos pasmos e fixos lacrimejam. Os cabelos eriçados. Ele aspira o ar e transpira pela boca, muito apressadamente. Abre e afunila os lábios para fora da boca. A cena é simplesmente cômica. De quando em vez PERI abre a bocarra a expelir o excesso de vapor quente também pelas narinas. A bolinha alaranjada parece ter incursionado também garganta abaixo).

— PERI! A exclamação sussurrante de ADRIANE é de quem olha mas não faz ideia do que está acontecendo. O ÍNDIO com suas contorções mais aparenta uma dança xamânica improvisada nessa sala de espera do “Spa”.


197) INT. DO SPA. SALA DE ESTAR ADENTRADA PELO JARDIM DE VERÃO — DIA.
Chama à atenção de TAUIL à inquietação de PERIMURICÁ. ELA olha para ELE de maneira interrogativa, como quem pergunta:

— “Que está acontecendo”, PERI?

— Chá ruim! Muito quente! (fazendo uma careta) Muito quente... Demais! — PERI responde enquanto cospe o invólucro para o lado, quase a engasgar. Na carranca vermelha contraída, pequenas quantidades de liquens escorrem das fossas nasais. PERI ajeita-se na poltrona, os olhos ainda cheios de lacrimação. O índio enche as bochecas de ar soprando pela boca pequenas quantidades de vapor que saem também pelas fossas nasais.

ADRIANA não sabe ao certo com quem PERI aparenta-se. Se verossímil a um Dragão do Xingu, ou, por vezes, a um Xamã que se levantou abruptamente do sofá como quem continua movimentos da dança xamânica que ela presenciou com NORTON no Parque.

(O nativo tenta se recuperar arfando, de vez em quando, ar pela boca entreaberta. Começa então a puxar metros de finíssimo fio de coloração azul urânia pela boca através da goela, ele busca encontrar com a ponta dos dedos, polegar e indicador, o fio da meada do maldito cordão de elasticidade e comprimento exagerados. Quanto mais ele puxa, mais o cordão insiste em não acabar. Quanto mais puxa o fio, mais o fio teima em continuar saindo. A situação se torna cada vez mais cômica e embaraçosa).

— Aquilo é um medicamento, PERI. Eu não teria feito isso! — A situação para eles é muito tensa. E TAUIL , por isso mesmo, não percebe a veia cômica da mesma. ELA volta a lê o artigo. Olha outra vez para PERIMURICÁ que ainda parece estar agitado com os desdobramentos da situação vexativa de ingestão da bolinha de “chá”. Chá com propriedade de efeitos afrodisíacos e psicodélicos.

PERI estava em arrebatamento da imaginação. ELE olhava as mulheres brancas, do olho azul, cabelos louros, que conduzia para dentro de sua tenda num apetite sexual interminável. Os demais membros da tribo ficavam olhando com expressões interrogativas e surpresas, o Xamã traçar aquelas donzelas e mulheres que mais pareciam da Holanda. Ou da Dinamarca. Ou da Suécia.

(ADRIANA aproveita a passagem de uma ENFERMEIRA e pede um copo de água gelada para ELE. Em seguida continua a leitura que lhe parece muito interessante).

A ENFERMEIRA ao voltar com o copo de água gelada vê o membro de PERI avolumando-se por baixo da calça e saindo como um torpedo em direção à genitália da moça, buscando penetrar a fresta do vestido sumário de modelito que ela usa. A mulher, de alguma forma compartilha essa visão com ele, e o copo de água gelado cai de sua mão, ela abaixa-se e sai, apressada, realçando a bunda ao tentar esconder-se apressadamente da fresta da parte frontal do vestido.


198) EXT./INT. MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA NO PARQUE DO IBIRAPUERA. SÃO PAULO — DIA.
(ROSSI LEE é atingido brutalmente por uma pancada na cabeça desferida com um pedaço de cano. Do grupo de quatro idosos conhecidos por “hot-dogs” um deles diz):

1° “HOT-DOG” — (o sangue escorre do ferimento na cabeça de ROSSI LEE) — Ele não morreu. Vamos matá-lo logo! Berra um radical.

2° “HOT-DOG” — (olhando para ROSSI LEE desmaiado, sangrando) — Maldito “pig”. (Admirando-se) — É um ET? Olhem a cara do cara! Não pode ser humano!

(Eles levantam suas armas para bater no JORNALISTA. Um deles berra, impedindo o massacre).

1° “HOT-DOG” — Esperem! Os malditos! Vocês não estão vendo? A aparência dele. Parece muito rejuvenescido.

— Caramba!

— Impressionante!

— Credo! Parece um adolescente.

4° “HOT-DOG” — Como os canalhas estão conseguindo esse resultado? Esse cara está rejuvenescendo ao invés de envelhecer. Isso é demais! Há um processo geriátrico inverso acontecendo com ele.

3° “HOT-DOG” — Precisamos saber como é que isso funciona!

— Os malditos “pigs” estão mesmo fazendo progressos!
— Não mata agora. Vamos fazê-lo falar!


199) INT. DO SALÃO DE JOGOS. SALA IMPROVISADA DENTRO DO ESPAÇO DO MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA. PARQUE DO IBIRAPUERA — DIA.
(Os idosos amarram ROSSI LEE sobre um globo mapa-mundi do tamanho de uma mesa de bilhar. Cada caçapa representa uma cidade de país rival contra a qual devem ser lançados mísseis tipo bolas de bilhar).

Há botões e pequenos tacos manejados por minúsculas manivelas, através das quais lançam os mísseis para os alvos adversários das grandes casas de governos dos adversários. È uma nova forma de “war-game”.

(O grupo está admirado com a aparência rejuvenescida do JORNALISTA. Sua aparência jovial provoca neles o exacerbo de sentimentos de revolta contra a política de rejuvenescimento praticada nos “Spas Ostrowsky”). Entre os membros da sociedade geriátrica globalizada pelos produtos rejuvenescedores.

— Danação! (comenta uma senhora) — Poderia ser meu neto.

— Se você tivesse um, BELLA, mas não teve filho. Provocou BIAL, um senhor próximo a ela.

— Ele está envelhecendo às avessas? Comentou o ALE TOMIX, aproximando-se do rosto de ROSSI LEE.

— A bruxaria desses spas...! Ele vai sangrar até morrer? (Criticou maliciosamente JACI CARRASCO, um velhote baixo, atarracado e meio afeminado) — Melhor medicar esse ferimento, se quiserem que ele viva mais um tempo.

— Calma JACI, apaziguou a senhora ANOLANDA. O XANDE já está costurando o ferimento. Após catorze pontos, PADILHA cauteriza a cicatriz no couro cabeludo de ROSSI LEE (linhas de sangue descem sobre o rosto do JORNALISTA).

— Por que não deixaram sangrar até morrer? — (comenta a idosa TeTê Dopêlo). Afinal, o cara é um “pig-spa”. Pela aparência deve ter chips e mecanismos implantados no lugar de órgãos internos.

— Vivo é mais divertido, provoca NANDO HADADH, um “hot-dog” risonho, com cara de sádico compassivo.

(Submerso na ironia raivosa dos idosos “hot-dogs”, ROSSI LEE está convencido que dificilmente escapará vivo desse lugar onde todos parecem loucos senis. Mas muito energizados para a idade).

200) INT. DO SALÃO DE JOGOS. SALA IMPROVISADA NO ESPAÇO INTERIOR DO MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA. PARQUE DO IBIRAPUERA — DIA/NOITE.
(Os braços de ROSSI LEE permanecem amarrados em cruz sobre a grande reprodução do globo terrestre. Os olhos abrem-se temerosos do que poderá acontecer com ele em meio a esses fanáticos ”hot-dogs” da tribo pós-amblose-disforme, dos quais PADILHA que se aproxima com um bisturi eletrônico, é o líder).

— Agora vou abrir um talho em seu abdome, filho. Você entende! Precisamos saber que tipo de coisa puseram em você no lugar do fígado. Ou se seus órgãos internos estão plugados a um circuito MicroBioChips Transponder.

— Por favor, não faça isso, replica ROSSI LEE. Expedição Norton! Lembram? Expedição Norton!

— Se você não é um deles, como explica sua aparência? Você é algum Avatar de espécie alienígena? GARIBALDES, um senhor com visível sotaque rio-grandense, desafia ROSSI a responder a questão. Vocês fazem coisas muito piores com os “hot-dogs” aprisionados.

(Um murmúrio de aprovação sai da garganta coletiva dos “hots” presentes ao amplo cerco de observadores desse homem que mais parece um espécime transcendental de animal estranho do zoológico geriátrico pós-amblose-disforme).

— Não sei do que estão falando! Hot-dog para mim é salsicha dentro de pão com mostarda e ketchup.

(A aflição extrema com que foi dita a frase do JORNALISTA provocou intensas risadas entre membros da plateia de “hots”).

— O filho da puta ainda é cheio das gracinhas! Comenta CHARLES BROWN que parece exercer liderança mais impositiva sobre o grupo.

— Norton! Norton! Expedição Norton! Novembro de 2035. Lembrem! Vocês não têm memória? Estou com minha companheira de Expedição, ADRIANE TAUIL. Ela está lá fora. A fotógrafa da Expedição Norton! Expedição Norton!

(As risadas se fazem ouvir com maior intensidade. Gargalhadas soam de bocas escancaradas, surpreendentemente cheias de dentes. A plateia dos “hots” está se divertindo mesmo).

— TAUIL! Ele ainda confessa que conhece a pilantra assassina! Chefe da equipe médica da clínica TAUIL & OSTROWSKY. É muita safadeza!

— Vamos ver se compreendi, filho. Você fez parte de uma expedição em 2035? É isso? E onde está seu envelhecimento, garoto? Hein? Hein? — Desafiou CHARLES BROWN (aproximando-se mais de ROSSI LEE).

ROSSI LEE (não sabe como e o quê dizer). Entre em cena outra vez o PADILHA dizendo: O gato não comeu ainda suas sete vidas, ROMEU?

FILIPÃO — (um idoso com aparência risonha e incompetente) — Hééé´, qual o nome da  JULIETA dele? É TAUIL, a criminosa do “Spa”.

DONA SONINHA CUSCUZ (maldosamente) — Quem sabe do que “Spa” dela foi capaz para dar essa aparência de garotão pra ele.

VALENTIN (outro idoso que se mostra muito bravo)— Quantos anos você tem rapaz?

— Chega! Já é demais tanto cinismo. Corta ele que ele merece!

— Passa o bisturi para a MIRIAM PATOTA que ela faz logo o serviço. — Berrou o “hot-dog” ZÉ LOBÃO. E completou: Quantos anos você tem, rapaz? Diz logo!

— È uma longa história, se vocês me permitirem contá-la. — Falou ROSSI LEE visivelmente cansado, olhando o idoso PADILHA (após o consentimento de CHARLES BROWN), começar a cortar a superfície de sua pele à altura do fígado.

— O BERNARDO está trazendo uma coisa para você. Alguém do grupo berrou. — BROWN dá a entender ao PADILHA que cesse, por momentos, a “operação”.

(Entram na sala três sujeitos armados com revólveres e fuzis-metralhadoras, um deles entrega um pedaço de papel a outro que o encaminhe ao chefe do grupo. Após ler o bilhete que ADRIANE havia posto no para-brisa do carro para ROSSI LEE, BROWN o repassa para outros membros do grupo. Alguém comenta):

— Parece que agora vamos ter de ouvir a história dele. — Ouvem-se alguns protestos que fizeram contraponto com algumas risadinhas).

(Sinais de estresse e sono são evidentes em ROSSI LEE. Alguém põe um comprimido em sua boca com um pouco de água e pressiona o maxilar. A cabeça do JORNALISTA pende para trás e depois para o lado e para baixo. A mesa,via controle eletrônico, gira para a esquerda e para cima. A imagem de ROSSI LEE assemelha-se a um Cristo crucificado sobre o globo onde brilham os continentes desenhados em tinta fosforescente).

201) INT. DO SALÃO DE JOGOS. SALA IMPROVISADA DENTRO DO ESPAÇO DO MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA. PARQUE DO IBIRAPUERA — NOITE.
(ROSSI LEE despertou disposto, revigorado, agente de forças inusitadas. Dormiu 45 minutos. Pensou ter dormido pelo menos oito horas. O salão estava cheio de gente. Desamarraram-no).

— Conte sua história, esperto, talvez você convença alguém de nasceu mesmo no século XX (risadas debochadas acompanham a fala de CHARLES BROWN).

— Vocês sabem muito bem que a “amblose disforme” não foi o único fenômeno estranho aos acontecimentos que despovoaram o planeta. — ROSSI LEE resumiu a sucessão de ocorrências inusitadas e estranhas. Ao lembrar as vítimas da CHE, das viroses, ele fala do “Arquivo Jângal”. Da chegada aos subterrâneos na Amazônia, da TV full-time (a qual alguns ainda veem), até o evento que os conduziu à pousada em Barra do Garças.

(Ao terminar sua exposição dos eventos, ele vê a plateia mudar de atitude. Não estão, seus espectadores, tão debochados como antes dele começar a falar).

— Preciso falar com ADRIANE TAUIL. Ela não sabe onde estou. Preciso procurá-la. Talvez ela tenha encontrado o “Spa” da filha (ROSSI hesitou ao dizer)... E ainda esteja lá.

(Muitas risadas se fazem ouvir outra vez. Sorrisos abafados transformam-se em gargalhadas).

— Que coisa que disse pode ser tão engraçada? Não sou humorista. Vocês riem fácil demais. Parece uma gangue de bufões.

— Escuta, filho, pega leve! O mundo agora está dividido entre os “hot-dogs”, que somos nós, e os “pig-spas”. E essa mulher que você fala que é sua, é a dona do pedaço “Spa Tauil & Ostrowsky”, sacou? O lugar mais sádico e experimental do planeta globalizado pelos cosméticos que eles fabricam, distribuem e vendem.  

(A explicação vem do braço direito de CHARLES BROWN, o PADILHA. As explicações sobre o mundo pós-“amblose-disforme” se sucedem. De repente todos se mostram curiosos e querendo falar. E trocar ideias com ROSSI LEE).

— Uma década depois das últimas crianças terem nascido, os barões do planeta investiram em pesquisa geriátrica e em rejuvenescimento. PADILHA explica não apenas a parte política e econômica dos eventos que modificaram radicalmente o planeta, mas em como as relações entre ricos e pobres se tornaram violentas e radicalizadas. Ao extremo. Como se o mundo estivesse novamente dividido numa nova Guerra-Fria.

DONA VILMA (uma idosa com aparência mista de velha cocota de personalidade aparentemente rigorosa) — A preocupação com a vaidade tornou-se a única motivação de vida dos “pigs” que passaram a produzir produtos que apenas eles poderiam ter acesso ao consumo. Principalmente cosméticos, soros, chás, medicamentos de combate aos radicais livres. O soro hepático da longevidade, aliado à atividade física intensa nos “spas”, provoca, supostamente, um período de desaceleração do envelhecimento das células.

— “E a sensação de que há rejuvenescimento delas”. Das células, alguém na plateia falou.
(Sucede-se à explicação uma preocupação geral em retirar ADRIANE e o índio PERIMURICÁ de dentro do “SPA TAUIL E OSTROWSKY”).


202) INT. SALA DE ESPERA. SUBNÍVEIS SUBTERRÂNEOS DO “SPA TAUIL E OSTROWSKY”. IBIRAPUERA — NOITE.
(O doutor IRWIN FEIFFER ao adentrar a sala de estar, faz a saudação nazista “Fervet Opus”, e convida ADRIANE a acompanhá-lo).

— Entrem, por favor, faremos tudo o que estiver ao alcance para que sua estada seja a mais proveitosa possível. — O médico sabe que o sobrenome de ADRIANE é TAUIL. Mas jamais desconfiaria de que está a falar com a mãe (ou avó) da dona da clínica no Brasil. Apesar da aparência dela ser bem mais jovem que a da Dra. ARIADNE TAUIL.

— Perfeitamente, doutor FEIFFER. — Responde ADRIANE, mantendo-se o mais distante possível de qualquer palavra que possa trair sua verdadeira identidade. Ao que tudo indica, a dona da clínica poderia ser mesmo sua filha. Ou neta.

— Romenos são realmente insuperáveis! Ele pega o braço de ADRIANE e começa nervosamente a apalpar sua pele, como se não acreditasse na textura da mesma. — Como podem ter chegado a esse grau de perfeição? Um tanto afetado ele exclama: Di-vi-no, é simplesmente i-na-cre-di-tá-vel, per-fei-ta de-ma-is. Que textura! FEIFFER pronuncia as palavras como se estivesse mais que comovido, extasiado.

— Deus! Vocês avançaram muito. As novidades devem ser realmente fantásticas. Que inusitada qualidade epidérmica! Os avanços geriátricos da equipe Ostrowsky na Romênia são realmente fantásticos. — Olhando com certo desdém para PERIMURICÁ ele exclama: “O segurança vai acompanhar a inspeção?”.

— Ele nunca fica distante de mim. São ordens. ARIADNE responde com certa ironia, olhando sorrateiramente para PERI. Este, pousa a manopla no ombro de ADRIANE, numa mostra de intimidade que suscita uma expressão de incontrolável desdém do médico.

— A sala onde adentram é um laboratório de horrores. Dezenas de corpos de “hot-dogs” estão sendo assados vivos dentro de cápsulas rotativas nas quais vários medidores externos de temperatura e reações químicas indicam o gradativo estado comatoso das cobaias “hot-dogs”).


203) INT. NOITE. ELEVADOR E SALAS SUBTERRÂNEAS DO “SPA TAUIL & OSTROWSKY”. IBIRAPUERA
(FEIFFER continua explicando como os processos químicos agem para expelir o humor aquoso das glândulas sudoríparas através das secreções viscosas que “exulam” das fadigas orgânicas dos “hot-dogs”).

— Quanto mais resinosos os líquenes, melhores os resultados dos medicamentos geriátricos.

(Os comentários explicativos de FEIFFER soam aos ouvidos horrorizados de ADRIANE como se ele não fosse humano). E estivesse completamente incapaz da mínima empatia para com os “hot-dogs” presos às máquinas numa temperatura média mínima de 45°, padecendo indizíveis horrores para manter a viciosa vaidade dos “pigs”. PERIMURICÁ mantém a expressão de quem está, simultaneamente, enojado e contido.

— Infelizmente nessa fase, eles não duram muito tempo. A extrapolação de líquens orgânicos do fígado ressecado, a fibrose e formação de nódulos, semelhante ao processo de cirrose, a bílis segregada inutiliza os subprodutos químicos das secreções...

(A causa da irritação, quase insuportável, tanto de ADRIANE quanto de PERI, está na excessiva soberba com que o doutor FEIFFER pronuncia as palavras. Como se afirmando a altivez para eles inexplicável, por estar partícipe dessa dominação excessivamente sádica da população de “hot-dogs” aprisionados para serem cobaias dessas pesquisas sobre o “soro da longevidade”).


204) INT. SALAS DO LABORATÓRIO EXPERIMENTAL DO “SPA TAUIL E OSTROWSKY”. IBIRAPUERA — NOITE.
(ADRIANE mostra-se realmente atordoada à vista de tanto sofrimento e ao mesmo tempo da absoluta insensibilidade do médio FEIFFER com a condição de dor e aflição  atroz de seres humanos. Ela lembra do juramento deontológico que os médicos faziam ao terminar a faculdade de medicina).

— Os médicos juraram cumprir! Infelizmente a maioria deles apenas jurou! TAUIL mencionou de si para consigo a falta de ética do doutor.

— Como? Repita! Não ouvi!

— Ah! Não foi nada. Estava pensando em voz alta.

— Não tarda eles vão descobrir que você não é a pessoa que eles pensam que você é. PERIMURICÁ, aproveitando certa distância ganha pelos passos apressados do médico, sussurrou para ADRIANE. — Aí a cobra vai fumar.

— Não dá para continuar por mais tempo, ela diz. Os olhos esbugalhados de estupefação fazem ADRIANE verter lágrimas ao passar pelas imensas galerias subterrâneas, olha as imitações de seres humanos arrastando-se por detrás das grades. A pele reluzente de suor antígeno. Como se prisioneiros de campos de concentração.

— Fantasmas podem sonhar? Pergunta PERIMURICÁ olhando para os “hot-dogs” prisioneiros arrastando-se em direção às grades em câmera lenta.

— É a mesma luminescência, ela exclama. Lembrando-se da luz azulada nos túneis de acesso ao Mosteiro nos subterrâneos na selva Amazônica.

— O médico, a certa distância havia parado para atender uma ligação no celular.

Voltando-se para TAUIL e PERI, ele berra, ignorando a presença do nativo: “Venha, doutora, precisa andar mais depressa!”.

— “Belial empinava-se na montanha de escórias fumegantes e sulfúreas bem no centro do reino de gritos e estertores onde Éris, a Discórdia, dominava os infernos”. TAUIL repete as frases a partir de uma memória distante. Algum texto que um dia havia lido.

(Alguns prisioneiros aos vê-los estendem os braços lentamente em direção às enormes mãos do índio que estavam a segurar as grades de uma das celas. Da garganta de alguns “hots” prisioneiros saem sons ininteligíveis. PERI estende-as em direção a um deles olhando em seus olhos interrogativos, como se não compreendesse por que lhes imputavam tantos horrores).


205) INT. NOITE. CORREDORES E SALAS SUBTERRÂNEAS DO SPA
(Fazem-se ouvir ruídos de tiros, disparos de metralhadoras. Umas e outras explosões).

— Chuva! Chuva!

— Que quer você dizer com isso? Ela interroga PERI.

(O índio apenas sorrir complacente para ela).

— Não pode estar sabendo se está ou não chovendo. Estamos no sexto subsolo. Diz ADRIANE em tom interrogativo.

— Você quer dizer chuva de balas?

— Depressa! Entre no elevador. FEIFFER continua ignorando PERI. Fala como se apenas ADRIANE estivesse presente.

(O elevador industrial começa a subir lentamente. CHARLES BROWN abre a portinhola superior do elevador e pula em seu interior).

— Você deve ser ADRIANE, viemos resgatá-la. Ele a puxa pelo braço e sugere que saltem do elevador em movimento. Depressa! temos de sair daqui!


— Esses malditos “dogs”, o SPA está sendo invadido. (FEIFFER aperta um botão de alarme ao mesmo tempo em que pega um aplicador de choque de alta-voltagem de um escaninho interno) — Esses malditos “dogs”!

(CHARLES BROWN é atingido pela extremidade do bastão de choque empunhado por FEIFFER. O impacto o lança para fora do elevador industrial. Ele ainda segura na borda, mas, para não ser esmagado pelo movimento ascendente, ele salta para o piso externo).


206) INT. DO SPA. PARTE INTERNA DO ELEVADOR — NOITE.
— Vê se morre sub-raça! FEIFFER joga o peso do corpo sobre o tórax de PERI, pressionando com os dois braços a extremidade da arma de choque à altura do coração do índio.

— “Huuuuaaau!” PERI abre a bocarra, mas dela não sai nenhum som. Há apenas o pressentimento de um estrondo colossal, virtual, que se lança de suas entranhas, a abranger todos os espaços e subterrâneos do SPA. O nativo paralisado momentaneamente cai de joelhos. Parece estar a arregimentar forças internas inusitadas, enquanto FEIFFER vira-se em direção a ADRIANE tentando atingi-la com a ponta da arma de choque.

— Piranha! Vadia! Juro que vou comer seu fígado vivo.

— Maldito porco nazista! ADRIANE fala enquanto segura com as duas mãos o punho do médico, impedindo, por momentos, que a arma de choque a atinja. — PERI estende o braço esquerdo em direção aos bagos do médico. Levantando-se, ele suspende a mão para trás e logo depois para frente e para cima, num movimento que alavanca o corpo de FEIFFER fazendo-o virar em cambalhota, ao inverter a posição do mesmo.

(As luzes internas do SPA piscam e voltam a acender, enquanto o elevador ora desce, ora sobe, conforme os movimentos dos membros de seus ocupantes que, involuntariamente, atingem os botões direcionais do mesmo).

— HUUUAAAUAUUAU! O berro de FEIFFER traduz a intensidade da dor que o arrebata. Ele perde completamente a noção de espaço. Após a cambalhota a cabeça atinge com força o chão do elevador arrastando-se nele, indo alojar-se entre as coxas do índio que a prende ao fechar as pernas. — O elator firma-se em movimento descendente. Enquanto se fazem ver nos corredores e salas fora dele, bandeiras vermelhas compridas a mostrar em meio a elas o logotipo negro das indústrias de cosméticos e produtos “Tauil e Ostrovsky”: FERVET OPUS, comercializados via sites na Internet.

(Caro leitor, por favor, veja a continuação deste texto (HOLOCAUSTO NUNCA MAIS 2ª REDAÇÃO V) alguns ítens acima nesta mesma página).
DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 23/12/2012
Alterado em 07/02/2013


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