Educação Superior: É Assim Que Funciona. Funciona?
"Feliz aquele que transfere o que sabe e
aprende o que ensina". (Shakespeare).
Sobre (sob) o PT estão atuando as forças políticas mais tenebrosas da história das instituições no país. Este país está vivendo uma democracia de suposição. Numa democracia que não seja de araque, os serviços prestados pelas instituições públicas e privadas costumam funcionar razoavelmente bem. Não tão precariamente.
A educação, a saúde, a segurança estão simplesmente sucateando os eleitores e seus familiares. A muito longo prazo. Eleitores e seus familiares que votam nos políticos para que façam a população usufruir qualidade dos serviços a serem prestados pelos respectivos ministérios: Educação, Saúde, Justiça. E secretarias afins.
As lideranças políticas não mudam. Nunca. Nos discursos de palanque fazem e acontecem. Verbalmente. Falam aos eleitores como se fossem, se eleitos, mudar o panorama político do Planalto Central e a paisagem precária dos serviços prestados à população. Nos estados e municípios. Os serviços anteriormente mencionados e outros. Muitos. Igualmente contingentes. Vacilosos. Hipotéticos.
Nos discursos de palanque líderes PTistas costumam afirmar que nunca antes foi feito tanto, em tão pouco tempo, pela educação. É certo também que todos sabem que as evidências estatísticas das pesquisas, as nacionais e as internacionais, indicam índices alarmantes de precariedade do ensino nas escolas de ensino fundamental e médio.
Os políticos falam de avanço, mas as evidências de um estado calamitoso (salário dos professores, incentivos precários, desvalorização material e moral dos professores transformados numa classe de indigentes, não há programas de requalificação, as verbas são distribuídas fora do âmbito de influência de quem deveria administrá-las: os professores...). Os políticos falam em mil maravilhas. Há evidências de que está do ruim ao catastrófico.
As secretarias estaduais e municipais alegam que não podem e não poderão ("de jeito nenhum") pagar os aumentos ínfimos dos responsáveis pela formação cultural das crianças e jovens, sem que os outros serviços, em outras áreas, não sejam privados de continuidade.
Isto acontece num país que se diz estar na 6ª posição no ranking dos mais ricos do planeta. Se estivesse em terceiro ou em primeiro lugar a alegação seria exatamente a mesma.
Vejamos o que acontece em grande parte das universidades privadas, e não poucas vezes nas públicas. Principalmente no ensino na "grande área" de Humanas: Psicologia, História, Ciências Sociais.
Essas universidades deveriam estar sob intervenção do Ministério da Educação. Se este funcionasse a contento e no interesse dos discentes que pagam quantias substanciais para ter aulas de docentes (cheios dos títulos) com desempenho lamentável em sala de aula.
Não poucos desses professores e professoras financiaram seus currículos após a conclusão de seus cursos a partir de uma vida pregressa que incluiu o exercício da profissão de michê. Prostituíram-se no exercício da sobrevivência para ter condições de investir em suas cátedras.
Esses docentes não tiveram a oportunidade de agenciar com certa dignidade seus estudos, de modo que concluíram a educação formal em instituições de ensino “superior” com métodos didáticos ultrapassados provenientes das carências e do conservadorismo institucional que caracteriza um modelo de educação não-formal, que, segundo o educador e professor Tião Rocha (educador, antropólogo e folclorista brasileiro) pode ser conhecido por educação “formol”.
Educação “formol” no âmbito do ensino “superior”, como o próprio nome está dizendo, é destinada a qualquer discente matriculado em curso de graduação, com vocação para obtenção de diploma. O interesse pela aquisição de conhecimento (saberes) inexiste (morreu no formol) de uma cultura dedicada à supervalorização de jogadores de futebol.
Boa parte desses professores de ensino “superior” vomitam bobagens em sala de aula quando “ensinam” suas disciplinas (nas quais são pós-graduados) e nunca são contestados por seus discentes. Maior parte desses (alunos) possui uma cultura vidrada em programas do ratinho, e almejam aparecer no auditório do Jô Soares a maior quantidade possível de vezes.
Na segunda-feira já se mostram ansiosos pelo fim de semana e soberbamente interessados em saber quais contratações seu time de futebol reforçou o elenco para a disputa do campeonato local e nacional de futebol.
Muitos desses discentes se orgulham de seu time campeão da taça Libertadores da América. Não estão buscando na universidade instrução e formação em saberes. Nem tampouco desejam discernir melhor suas próprias vidas e a realidade cultural e política do país. Querem um pedaço de papel chamado diploma para, no fim do curso, terem melhores condições de salário ao tentar passar num concurso público.
Os corpos docentes dessas muitas instituições que se autodenominam universidades não têm apenas o pensamento, mas o discurso pasteurizado em sala de aula. Não têm como justificar suas concepções pedagógicas (por não tê-las) suas escolhas e condutas didáticas enquanto mediadores entre o saber (quase inexistente) e o corpo discente preocupado apenas na aquisição do diploma (sem saber correspondente).
Grande parte dos discentes desses cursos ditos de ensino “superior” é proveniente de uma formação escolar baseada no paternalismo, na tutelagem e na política de resultados. O governador e o prefeito da cidade estão, certamente, exigindo que os professores passem de ano seus alunos, mesmo os que não tenham nenhuma condição de aprendizado pertinente ao saber das matérias nos cursos fundamental e médio, de modo que possam fazer suas campanhas políticas propagando estatísticas de aproveitamento escolar excelente.
Normalmente os diretores, os burocratas, o presidente e outras autoridades dessas instituições (de ensino "superior") estão preocupados em investir na aparência externa: num edifício de arquitetura modernosa com antenas luminosas no terraço e na propagação das estatísticas maravilhosas de aprovação em seus cursos nas áreas da saúde e da educação.
Preocupam-se principalmente com “insumos” (titulação do corpo docente, quantidade de livros nas prateleiras bem arrumadinhas da biblioteca, facilidades sanitárias, telas de TVvisão a Plasma, LCD ou Led nos pátios de alimentação, computadores computando). Muitas plumas e paetês para esconder uma docência de quinta categoria. Apesar da titularidade pós-graduação.
Não poucos desses e dessas docentes financiaram seus cursos de graduação e pós-graduação no exercício de uma vida profissional pregressa dedicada a atividades tipo michê. Quando não, muitas vezes, ao tráfico de entorpecentes. Vingam-se da sociedade que os fizeram passar pelo vexame e a vergonha das exigências profissionais da luta pela sobrevivência, passando a seus alunos em sala de aula, aqueles conhecimentos adquiridos através da mesma sistemática didática na qual foram formados: aviltamento sistemático de seus corações e de suas mentes. Na guerra insidiosa pela sobrevivência.
Essas universidades privadas e públicas certamente estão funcionando exclusivamente em função do único paradigma educacional que lhes diz respeito: em causa própria do “fator econômico”. Do lucro empresarial. Mas, na faixada, muito bem arquitetada, assim como nos vídeos da propaganda institucional, possuem a aparência de instituições de ensino. Superior.
Pergunto-me por que essas universidades não estão sob intervenção federal. Boa parte de seus docentes, no período de provas, para garantir maior poder aquisitivo nos salários, agregam a esses salários a venda da mercadoria gabarito das provas. De modo a fazer com que os membros do corpo discente, amontoados em salas de aula com mais de noventa ou cem alunos, possam, no final do período, fazer parte numérica das estatísticas de aprovação.
Será por que o ex-ministro da Educação ou o atual são sócios de seus cambalachos educacionais? Ou a proteção vem de deputados federais, estaduais, ou senadores? De alguma forma essa excrescência abjeta deve seu funcionamento ao protecionismo político. Protecionismo de figurões da República. Ou de personagens associados aos conglomerados TVvisivos aos quais não interessa nenhuma mínima qualidade de ensino: fundamental, médio ou superior.
Vivemos numa sociedade de aparências. Sem que essas instituições ditas de ensino tenham a mínima decência em camuflá-las. Veja, caro leitor, a programação da ratazana dos “talk-shows”. Esta é a cultura de sustentação social do ensino fundamental, médio e superior vigente no país do Bolsa-Bufa. Esta é a cultura e a educação vigentes no país do ex-presidente Analfabeto.
Mencionei a liderança máxima, o Führer do PT. Os outros dirigentes e líderes partidários são igualmente coniventes com esse estado de coisas na educação que visa sucatear a cultura desse país a muito longo prazo. A política contra a sociedade brasileira está a viger de há muito. E há de vigorar até quando? Até quando vai viger esse tango? No salão desse corpo de baile a ceu aberto na Praça dos Três Poderes!
DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 01/09/2012
Alterado em 02/09/2012