As autoridades investigativas todas do poder Judiciário parecem estar em concluio com os criminosos do colarinho branco do poder Legislativo. O engenheiro suspeito que conhecia a localidade do crime posa (de maneira suposta e excessivamente indignada e suspeita) de vítima. Tirou a camiseta em frente às câmeras de um portal de notícias e mostrou que não havia nele nenhuma escoriação que o apontasse enquanto suspeito do homicídio.

Que que é isso? Quem estava escoriada, com ossos quebrados, cheia de ferimentos, esfolada, ferida, arranhada, torturada era a vítima, não ele. Que muito suspeitamente mostrou excessiva e suposta indignação. Se a "Justiça" no Piauí continua a mesma, e aqueles que deveriam defender a lei ("todos são iguais perante a lei") se isentam da responsabilidade de fazer valer a ordem jurídica e constitucional...

Então, não é sem tempo que a população de Teresina não se dê por vencida e vá às ruas cobrar dessas autoridades que as leis se façam prevalecer aos privilégios e à impunidade.

É absolutamente revoltante que criminosos cheios da grana, parentes de parlamentares e sobrinhos de autoridades do judiciário, sejam sempre beneficiados com a impunidade. E seus crimes permaneçam impunes, como se a sociedade devesse a eles algum tipo de favorecimento especial que os torna imunes à letra jurídica das leis que valem, ou deveriam valer, para todos os crimes. Os de homicídio brutal e covarde, principalmente.

A população de Teresina precisa se mobilizar no sentido de exigir que a Justiça seja feita. A lista de homicidas impunes nessa cidade com nome de campo de concentração nazista ("Terezin") é uma enormidade. A população, se nada fizer para exigir justiça, se terá cristalizado nessa atitude passiva e covarde dos que aceitam tudo, todas as barbaridades, desde que venham daqueles que se dizem autoridades (do Legislativo, do Executivo, do Judiciário).

A população precisa mostrar que deseja viver numa cidade onde haja garantias mínimas de cidadania e afirmação de dignidade. Senão o Piauí continuará no noticiário nacional como uma vergonha nacional, em todas as instâncias e segmentos da realidade cotidiana da cidade de Terezin.

É preciso que as pessoas se mobilizem através de passeatas, entrevistas, movimentos de bairro, cartazes de rua, discursos improvisados nas praças e salas de aula das universidades, no sentido de elas mesmas exigirem desse autoritarismo nefasto dessas autoridades, que se faça justiça segundo os preceitos das leis.

O Piauí vive há muito tempo em condição de anomia social intensa. Essa condição tira das pessoas a mínima noção de dignidade pessoal e coletiva. Numa cidade onde poucos podem e centenas de milhares dizem sempre amém à impunidade de criminosos do colarinho branco em todos os níveis de manifestações de fenômenos sociais degenarativos de uma realidade que envergonharia até mesmo os hominídeos do período paleolítico, quando não havia sequer resquícios de uma cultura e de uma civilização.

"Theresienstadt" precisa reagir enquanto cidade. Os eleitores de Terezin necessitam mostrar ao nordeste e ao país que não são coniventes com essas barbaridades. Uma polícia que depois de meses de investigação não apresenta à sociedade os suspeitos, nem os acusa de seus crimes, está incentivando os criminosos no sentido de que façam muitas outras vítimas a mais em futuro próximo e distante.

Essa sociedade teresinense está se condenando à mais aviltante forma de subserviência a essa casta de criminosos que tudo podem usufruir. Inclusive da impunidade vergonhosa de seus crimes cada vez mais bárbaros, cada vez mais sádicos, cada vez mais cínicos. Cada vez mais impunes. Essa cidade há muito envergonha qualquer noção mínima de ética jurídica, policial e política.

Há empresários privilegiados que são associados do governo que não lhes cobra imposto por suas atividades comerciais, industriais e de vilipêndio social intenso.  

Uma população que aceita calada e de cabeça baixa essa condição de sobrevivência aviltante, não merece o respeito próprio e mútuo. Não se merecem olhar nos rostos sem que um sentimento de cinismo (talvez atávico), sentimento de intensa desonra, humilhação, subserviência e rebaixamento diante de poderes públicos representados por pessoas sem escrúpulos, sem comprometimento com a ordem jurídica e constitucional do país.

A população desse campo de concentração, Terezin, precisa por um basta nessa condição desumana, indecorosa, vexatória, que envergonha o Estado do Piauí perante a representação de sua população de eleitores brasileiros.

Por que os eleitores piauienses  não se acreditam em condições morais de mobilização no sentido de exigir que essa situação de Terra Devastada possa afinal, ter um fim? Resposta: porque de há muito essa população sobrevive apavorada pelos criminosos contumazes aos quais é garantida a mais inominável impunidade. Jurídica. Política. Policial.

Por que os eleitores piauienses se habituaram a aceitar que essa capital de Estado fosse habitada por uma sociedade gerida pelo crime organizado. E já aceitam essa Vergonha por tempo demasiado. Que essa situação inconstitucional criminosa possa enfim, acabar, para que possa começar uma gerência social de acordo com normas de cultura e civilização que garantam a possibilidade de, futuramente, suas instituições possam vir a educar uma geração que não esteja contaminada por uma subserviência social gerida pela excessiva e demencial rotina de um sadismo autoritário plenamente senhor do próprio sectarismo e da própria impunidade.

Habitantes de Terezin, façam greve de fome. Não comprem nada em nenhum lugar. Alimentem-se apenas de papa de puba enquanto os criminosos não estiverem na cadeia. Desprezem aquele shopping center construído às custas dos impostos que o grupo Claudino não pagou (sonegou) ao governo, tornando-se sócio de suas arbitrariedades jurídicas, políticas e policiais. Parem de aceitar ser humilhados, devastados pela cobiça e a perversidade de uma meia dúzia de famílias que tiram de vocês a possibilidade de dignidade, pessoal e coletiva, de seus descendentes.

Reajam. Digam BASTA! CHEGA! Comecem hoje, agora, neste momento, a fazer prevalecer as leis e punir os responsáveis pela barbaridade criminosa dos líderes de uma sociedade que cada dia mais se torna mais demente. Por falta de uma vontade, pessoal e coletiva, de dignidade. Ausente.

Que o crime contra a pessoa e a dignidade da estudante de Direito FERNANDA LAGES VERAS não seja outro dentre tantos que estão, de há muito, impunes. Não permitam que a vítima se transforme em malfeitor.

Não permitam que avacalhem seu nome e sua memória em nome da impunidade de seus criminosos. Não se omitam, não se acanhem, não sejam tímidos: façam com que a justiça comece a ser uma realidade nesse campo de concentração da mais insana periculosidade. Regido pela falta de leis e pela carência de autoridades que tenham em mente fazer cumprir as leis. E a Constituição.

A ordem constitucional não se negocia. Não negociem a alma, pessoal e coletiva, desta cidade. Façam com que essas autoridades atuem em seu proveito. E respeito próprio. E mútuo. Senão em nome de vocês, Em nome de sua descendência. De seus filhos. Que de outra forma não terão a mínima possibilidade de afirmação de cidadania.