Mutirão Dos Mortos-Vivos
Os fantasmas migraram
Para dentro seus corpos
E todos aceitam isto.
Não há juventude
Exceto cronológica
E a nova geração
Não está nem aí
Nem se toca.
Veem TV, e-mails, MSN
Se comunicam o quê?
Suas palavras de formigas
São cigarras das antigas.
O mundo novo se perde
Na tecnologia recessiva
E as vestais dos impérios
Fazem de conta estar vivas.
O coração tiquetaqueia
Com frequente entusiasmo
Jogam futebol de areia.
Sobre o chão de cada uma verdade
Pisa os passos firmes, decide-se
Em direção ao mais antigo passado.
Sem mais sem compromisso
Os filhos amanhã de manhã
Colherão os frutos omissos.
Seus sabores, seus odores
Fugacidade, política e feitiços
Que feliz cidade assim difícil.
E todos vão vivendo
No olho do furacão
Conduzidos os rebentos
Ao sem Norte da ilusão.
Quando dão por si
Do fundo do sono
Mais profundo, eis
A gravidez apronta
Outra geração por vir.
Valha-nos bom Deus!
E haja mais crianças
Sementes e bonança
Que já morreu.
DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 18/06/2011