A Tropa De Choque Das Parcas
O Destino na mitologia grego-romana, filho do Caos e da Noite, era uma autoridade cega e implacável a cuja influência estavam submetidos todas as outras autoridades. Seus ministros e senadores subornados, quero dizer, subordinados, eram as Parcas. Estas cumpriam cegamente suas ordens. Por mais obscuras fossem.
As Parcas eram três irmãs, autoridades infernais, obedeciam as ordens superiores de fiar, dobrar e cortar o fio moral, a linha ética da vida. A mais nova, Cloto, segurava a roca e tecia os dias de vida. Laquesis fazia girar o fuso e fiava o destino. Atropos tornava esse destino imutável. Media o comprimento da vida e determinava o momento da morte. Todas habitavam um lugar próximo das horas nas regiões olímpicas.
No seu palácio central o destino dos homens e o caminho determinado que deveriam seguir, sujeitando-se incondicionalmente à autoridade do Destino, era demarcado pelos astros, gravado em ferro e bronze, de modo que nada poderia apagar.
Na mitologia dos dias atuais, o Destino social de um povo está sendo determinado pelos ressentimentos de um político analfabeto e de suas muitas Parcas na Casa Grande Senado. A quantidade de Parcas cresceu, são no mínimo quarenta. O país está entregue aos chiliques de um ex-líder sindical sem formação escolar e acadêmica.
Deslumbrado pelo poder político por elle exercido enquanto chefe do Executivo, vive a promover surtos verbais discursivos como se fosse o Bobo do Planalto e não o presidente da República. Sem formação intelectual, eleito por um país confiante em que seria diferente dos seus antecessores, exatamente por ser um cidadão forjado na luta sindical contra os privilégios patronais, agora mostra que o poder corrompe não apenas sua pessoa, mas a todos que delle se acercam.
Sua interferência pessoal na Casa Grande Senado, mostra que agora é aliado do Marimbondo oligarca do Maranhão. Como se tivesse esquecido completamente de suas origens de imigrante nordestino em busca de sobreviver na grande cidade ganhando o salário de torneiro mecânico. Agora, sob o pretexto de defender a base política de seu desgoverno na Casa Grande Senado, interfere com pronunciamentos pró-presidente da CGS delimitando o destino político do Legislativo em função de seus interesses governamentais os mais nefastos.
Desde os tempos de líder sindical, elle teve sempre uma troyka de compadres interessada em assessorá-lo. Troyka, na antiga Rússia comuna, estalinista, se denominavam as três principais autoridades do Politburo (comitê executivo do Planalto Central da ex-União soviética) que, sozinhas, se reuniam para decidir o comprimento dos dias de vida de seus opositores políticos: intelectuais de oposição, políticos de seu próprio partido, professores, jornalistas, escritores ou quaisquer dissidentes da linha do Destino político do país determinada por sua liderança partidária.
Pelo menos dois milhões de pessoas foram assassinadas pelo chefão todo poderoso do PC soviético. Os opositores do regime eram simplesmente feitos prisioneiros e encarcerados nos campos de concentração estalinistas, denunciados no livro “Arquipélago Gulag” do escritor russo Alexandre Soljenitzin.
No Brasil atual, milhões e milhões de eleitores ficam sem nenhuma representatividade político partidária, devido a interferência do líder sindical analfabeto que acha normal a interferência pessoal de um poder sobre outro, chamando para si, na CGS, outros ressentidos de carteirinha, que, como elle, perderam não um dedo, mas os próprios mandatos de presidente da República e o de presidente do Senado.
A vontade política do presidente analfabeto do Palácio Central (PC) do Planalto, prepondera e comanda a “tropa de choque” dos oportunistas ressentidos do Senado. Um presidente sem instrução fundamental, mediana e acadêmica formal, não poderia compreender que suas atribuições constitucionais precisam ser restringidas à esfera de influência do poder Executivo ao qual lidera. Como se fosse uma marionete tresloucada, risonha, alegre, discursivamente bisonho em seus surtos de verborragia irresponsável, elle não se dá conta de que é chefe do Executivo, e não comandante em chefe do Legislativo.
Elle não possui instrumentos educacionais (ferramentas intelectuais) que lhe permitam compreender que apenas nos regimes políticos totalitários o chefe do Executivo é também quem influencia e determina as ações dos outros poderes. Dessa forma, suas simpatias pessoais pelos políticos com viés totalitário, a exemplo do presidente da Venezuela Hugo Chávez, justificam as atitudes nos jornais nacionais que editam seus surtos verbais totalitários, quase todos os dias.
O presidente da República é também presidente do presidente dos “pizzaiolos” do Senado. A vontade e a opinião política de milhões e milhões de eleitores insatisfeitos com a sequência nefasta de irregularidades institucionais, abuso de poder, nepotismo, corrupção por parte do Marimbondo imperador do Maranhão, é simplesmente ignorado pelo chefão toda poderoso do Executivo.
Será elle tão analfabeto a ponto de ignorar que seu protegido no Senado é senador pelo Amapá, porque em sua terra natal o grupo de oligarcas que lidera não elege sequer um vereador nas brenhas interioranas do Maranhão? O chefe do Executivo está tão deslumbrado com as brumas etílicas dos destilados importados, que em seus delírios de poder não pode compreender que o ambiente político que lidera não é mais aquele de botecos onde consumia cachaça made in Garanhuns?
Todos os senadores vão aceitar calados o arquivamento de todas as denúncias contra o presidente dos “pizzaiolos”? Todos os senadores vão aceitar a denominação imposta ironicamente pelo chefe do Executivo aos parlamentares da Casa Grande eleitos pelo voto popular para representá-los e não para se dobrarem à política totalitária imposta pela “tropa de choque” das Parcas do Senado?
Aonde estão os eleitores que não reagem? Vendo as novelas do horário nobre? Anestesiados pela performance de seus times no campeonato nacional? Os caras pintadas, aonde estão? Aposentaram-se todos? Desistiram de participar dos eventos políticos? Cansaram-se tão cedo de reagir aos desmandos daqueles que lhes roubam a vitalidade fornecendo-lhes uma educação para o sucateamento precoce de seus corações e de suas mentes? Ignoram que a política determina o comprimento da vida intelectual, emocional e espiritual de todos? Não há mais juventude nesse país de velhacarias institucionais? Aonde estão os jovens da “vida inteligente na madrugada” do programa do Serginho Grosman?
O país todo está entorpecido pela droga política, pela pizza indigesta do Senado. Os eleitores vão ficar perplexos, vendo a banda passar? Essa urdidura política nefasta, esse engavetamento das denúncias pertinentes ao imperador do Maranhão vão ficar por isso mesmo? Seus representantes políticos que não são coniventes com essa dramatização institucional que mais parece um processo estalinista kafkiano, não tem como superar essa condição política aviltante? Não há mais esperança de moralização popular contra essa safadeza institucional? A classe política está roubando aos olhos desesperançados do país, não apenas os ativos financeiros públicos, mas a vitalidade física, mental, emocional. A esperança de se verem representados minimamente por políticos brasileiros brasileiros?
Um país que se diz democrático não pode se submeter dessa forma aos chiliques ressentidos da vontade de vingança pessoal de um grupo minoritário de neo-estalinistas abusando do regime democrático para impor ao povo eleitor seus privilégios políticos totalitários.
A troyka de Parcas do Senado ganhou esse embate político decisivo? Não há nenhuma possibilidade de uma atitude moral que possa revitalizar as esperanças perdidas de um país de eleitores cabisbaixos? Na Rússia denominava-se troyka às três bestas de frente atreladas a um trenó ou a uma carruagem sem rodas própria para deslizar sobre o gelo. As três bestas da “tropa de choque” do Presidente analfabeto vão levar vantagem mais uma vez? E os eleitores brasileiros brasileiros, como ficam? De cabeça baixa, anestesiados pela overdose de ressentimentos de uma minoria política totalitária?
São 40 ou 81 os pizzaaiolos da Casa Grande Senado? Todos vão aceitar que o país se transforme definitivamente numa Senzalla moral, política? A praça dos Três Poderes está mesmo definitiva e irreversivelmente transformada na praça do Politburo latino? É uma situação política por demais super-surrealista. O Senado não vai esboçar nenhuma reação? Então, são todos pizzaiolos, como os definiu o Presidente analfabeto? O Senado não é mais do que um anexo subordinado politicamente ao PC do Planalto?
O país está mesmo subjugado à vontade e aos ressentimentos políticos de um sindicalista analfabeto que se aliou ao chefe de uma oligarquia kafkiana perversa, que promove no Maranhão a miséria e a humilhação social de sua população de eleitores?
As Parcas da mitologia grega eram três. Se os membros parlamentares do Legislativo continuarem a multiplicarem-se, a exemplo do que acontece com os supostos e pseudos representantes dos eleitores em todo o resto do país, em breve serão 200.000.000.
Para que esse desastre moral não aconteça, é preciso que as excelências que não são coniventes com a farsa do arquivamento das 11 denúncias no Conselho de Étitica (que de ético não teve nada), não desistam na defesa do Senado enquanto instrumento político válido e inserido no contexto da vontade de moralização institucional das instituições que supostamente representam os eleitores. Estes, não elegeram seus representantes para que demencialmente desmoralizem o Senado. Não apenas em relação aos brasileiros brasileiros. Mas aos olhos globalizados dos eleitores em todas as partes do mundo que estão a assistir esse espetáculo político moralmente deplorável.
O caráter de um homem é seu Destino. Na falta de um, ambos faltam.
O caráter de um povo eleitor é moldado pelo exemplo moral de seus representantes. Na falta de um, ambos faltam.
DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 24/04/2010