A Grande Imprensa E A Educação: Totem & Tabu
Alguém impede a imprensa de ser livre? Não? Então por que ela não é? Livre! Por que todos ficam sempre a dourar a pílula da notícia com inclusões de texto, puxando a brasa para a sardinha dos interesses editoriais? Por que as grandes “grifes” das notícias estão sempre cheias de dedos, luvas de pelica e eufemismos jornalísticos, quando noticiam, p. ex., a guerra civil em curso nas ruas, cidades, avenidas e praças do país? Ou quando noticiam a fuga de presos que podem pagar por ela? Ou a excessiva quantidade de crimes impunes entre os membros dos Três Poderes republicanos?
Acredito que seja para não desacreditar ainda mais as instituições desacreditadas. Então está na hora de fazer por onde aconteça uma mudança (Sim! Nós Podemos!). Mudar, uma palavra que possui o dom de provocar inauditas perplexidades. Por quê? Porque ninguém sabe como fazer para reformar os costumes, curar-se das atuais mazelas, transformar-se em outra coisa que não esta coisa que somos e não nos serve sermos mais. Mudar. É fácil dizer. O mote da campanha de Obama vai acontecer? Mudar! Como fazer para?
Eu sou assim, dessa forma, gostaria de ser diverso, mas como conseguir? Ser melhor. Melhorar meus padrões morais. De relacionamento social. Melhorar a percepção que tenho de mim mesmo para poder ousar ser outro. E mesmo que conseguisse. Como me adaptar ao meio ambiente de pessoas que não estão nem aí para se ver. E ver que precisam elas também, mudar? Mudar é se reeducar. Os neurolinguistas dizem que podem ajudar. Você a ser outro, melhor do que é. Hoje. Podem?
Por que os grandes da imprensa não noticiam com veracidade as causas que fazem aumentar todos os dias os índices soberbos da criminalidade em suas mais variadas manifestações públicas? Por que a grande imprensa se cala quanto à situação calamitosa da educação fundamental, média e a dita superior? Por que a grande imprensa parece não ter o mínimo compromisso com seus leitores hodiernos e futuros quanto à permanência nos noticiários de matérias pertinentes ao aumento do salário dos professores nas redes públicas de ensino municipal, estadual, federal? Mudar começa com mudança para melhor no salário dos professores.
A pessoa no singular não pode mudar se não for educada nesse sentido. De mudança. A pessoa no plural, a coletividade, não pode mudar se não for educada nas escolas para isso. A sociedade quer mudar? A sociedade quer qualquer coisa à qual as mídias a condicione a querer. A vontade da sociedade está condicionada, influenciada, pelas mídias. E as mídias, querem que a sociedade mude? As mídias têm dono. E os donos das mídias querem que tudo fique exatamente igual, para que as multidões de explorados continuem a aceitar a exploração e a subserviência como se fossem uma dádiva do céu. Do céu da “elite”.
A mediocridade compulsiva e covarde, com ênfase na violência, na ultra-violência. As pessoas vidradas numa sexualidade real e virtual, numa sexualidade de puteiro de subúrbio divulgada pelas divas, tipo a bruaca do “show biz” do tio Sam, Madonna, com suas performances de palco aplaudidas pela necessidade de reciclagem da vulgaridade de seus milhões de fãs no oriente, no ocidente. Continuidade e desdobramento dos enredos das personagens da programação tvvisiva: uma prova irrefutável disso: filmes, dvds, quadrinhos, desenhos animados, jogos, shows, compulsão. A compulsividade fanática que mantém as pessoas tensas, agitadas, ansiosas e comprando, comprando, comprando. E vazias, vazias, vazias de qualquer conteúdo pertinente à valorização de suas emoções, de seus intelectos, de suas vidas.
Por que a grande imprensa parece estar fazendo parte do jogo de esconde-esconde dos governantes, todos demagógicos, quando dizem que estão preocupados em solucionar os problemas da educação? Se quiserem solucioná-los, por que não solucionam? Quem os impede de aumentar o salário dos professores? Quem os impede de parar de praticar a nefasta política salarial na área da educação? Esta política há muito denunciada por educadores, sociólogos, psicólogos, alguns jornalistas, alguns políticos, como sendo contra a possibilidade da aquisição de cidadania pela sociedade brasileira? Já que sem essa providência básica (aumento do salário dos professores) é absolutamente inútil falar em melhorar a educação no país?
E qual seria o salário base dos professores que permitiria uma evolução na educação? Todos sabem que salário apenas não vai mudar por si só a qualidade do ensino em nenhuma de suas instâncias didáticas. Se não houver uma infra-estrutura de serviços a serviço da promoção de métodos mais adequados de ensino aos docentes, na formação de professores, atualização e reciclagem pedagógica, profissional, qualquer discussão, seminário, pesquisas de eficácia, artigos, ensaios, teses de mestrado e doutorado, congressos pedagógicos e atitudes quejandas, servirão apenas para continuar jogando fora os parcos recursos financeiros e econômicos do setor.
Quanto ganha um juiz de Suprema Corte para fazer de conta que promove a Justiça em última instância? Quanto ganha um juiz nos foros e jurisdições das instâncias judiciais inferiores? Certamente mais, muito mais do que R$ 4.000,00 (quatro mil reais) por mês. Ora, segundo as excelências dos Legislativos municipal, estadual e federal, assim como do Executivo, se esse salário base para a classe dos professores fosse viabilizado política e juridicamente, então não sobraria dinheiro para fazer nada mais nas respectivas governanças. As gestões administrativas não teriam como investir em outros setores, segundo elas, igualmente importantes para o suposto desenvolvimento (a ordem e o progresso) de suas administrações.
Esse argumento é uma falácia das mais fáceis de desmascarar. Isso porque sempre há dinheiro de sobra sendo transferido dos cofres públicos para as contas bancárias privadas dos políticos e suas maracutaias e esquemas centenários de corrupção pública. Mesmo que tal argumentação fosse pertinente, em sendo a educação o pilar de todos os pilares na construção da cidadania em qualquer sociedade dita civilizada, sem ela, educação, é e será impossível criar condições fundamentais de ordem pública e desenvolvimento financeiro e econômico. Sem ela, educação, não poderá haver possibilidade do exercício básico de cidadania. Sem educação a sociedade continuará no exercício diário, rotineiro, da barbárie paleolítica de nossos ancestrais neandertais, cromagnon, travestidos de executivos do colarinho branco. Ou de “respeitáveis” políticos em busca das mordomias nas próximas eleições.
Uma sociedade sem cidadãos serve apenas para semear a disseminação da violência, da pornografia, da prostituição, dos desvios de toda a natureza, das distorções as mais degeneradas, do medo, do terror globalizado pela “elite” que concentra a renda per capita de um país, dizendo a todos os seus subordinados, escravos sem cidadania (desde que sem educação), o que eles devem ver na tv, na Internet, o que a imprensa deve e precisa publicar para que os anúncios e comerciais continuem fluindo para suas páginas e na telinha da sala de jantar. A imprensa precisa de liberdade de imprensa. E não de faz-de-conta que nós somos jornalistas livres e que expressamos as opiniões, e noticiamos as notícias no tom que a sociedade precisa ouvir e ler, e ver na telinha.
Sem educação não poderá haver sociedade civilizada. E a “elite” que concentra de maneira criminosa a renda ou as riquezas de um país, não está nem estará interessada em educar as pessoas de modo que elas tenham consciência de que as instituições existem para servi-las e não o contrário. As instituições hodiernas existem para servir essas “elites” que concentram de maneira arbitrária o poder aquisitivo e político do país. A imprensa, a grande imprensa, servil aos interesses da “elite”, se supera na divulgação de personagens do “show biz”. Exemplo atual, a divulgação quase que “full-time” do show de uma bruaca loura que canta em inglês, e que vem faturar milhões de dólares num país no qual a maioria avassaladora das pessoas sequer sabe o significado de meia dúzia de palavras da língua materna: a portuguesa.
E o “Pralamento” em Brasília não está nem aí para tomar uma atitude de mínimo respeito aos trabalhadores brasileiros, e a seus cidadãos sem cidadania. Os milhões e mais milhões de tvespectadores da sala de jantar não têm sequer uma tradução em legendas das músicas que são cantadas no idioma alienígena, nos palcos e nas trilhas sonoras dos enlatados exibidos diariamente nos vários canais da tv paga e nos canais da tv aberta. Como se este idioma, o inglês, fosse falado fluentemente, lido e escrito por seus eleitores que mal balbuciam a língua portuguesa. Esses eleitores sem letramento, sem educação formal, exceto a exercitada nas escolas de ensino fundamental, médio e superior com um currículo tipo faz de conta que eu ensino, faz de conta que eu aprendo.
Por que a grande imprensa não pressiona esses “pralamentares” de Brasília no sentido de aprovarem em regime de “urgência urgentíssima” uma lei que permita aos tvespectadores da tv, do cinema, da Internet, de terem direito acesso ao significado pelo menos literal, das letras que ouvem no idioma da Corte de Obama? O significado denotativo pelo menos. Já que a grande maioria desses tvespectadores jamais terá acesso aos significados conotativos das letras dessas canções.
Se as pessoas, o povo de um país não tem educação formal, e quando têm essa educação serve, quando muito, para que tenham acesso aos salários do serviço público (aprendam a gramática normativa dos concursos), então, por que humilhá-las ainda mais intensamente negando às mesmas o direito de saber o que significa em idioma pátrio as palavras ouvidas e aplaudidas nas canções e nos shows da bruacas louras do “show biz”, ou nas trilhas sonoras dos filmes que assistem todos os dias?
Quando um povo não possui educação formal pertinente as seu desenvolvimento mental, intelectual, emocional, fica difícil reivindicar de seus “pralamentares” até as mínimas condições de respeito à uma cidadania que deveriam ter e defender.
Por que a grande imprensa não noticia com todas as letras aos eleitores brasileiros que compram suas revistas e pasquins, que lêem e vêem seus jornais nacionais todos os dias, que o capitalismo selvagem (termo popularizado pelo Papa João Paulo II) é um sistema político que não tem outra maneira de reciclar suas barbaridades sociais, financeiras e econômicas exceto na desembocadura de um regime político tipo nazista? Por que a grande imprensa fica cheia de dedos quando noticia uma crise globalizada sem dizer claramente a quem interessa essa crise criada pela “bolha econômica” dos empréstimos
bancários que financiavam a política de aquisição de imóveis nos Estados Unidos? A “bolha” na economia americana que gerou a crise atual, foi criada a partir dos empréstimos subprime, financiamento de imóveis pela política financeira e econômica do “Reich Dos Mil Banqueiros”. Não há apenas um, dois, ou três responsáveis por ela. É todo o sistema financeiro e econômico americano que aceitou as premissas dos empréstimos sem lastro financeiro de seus credores. Essa política não foi denunciada pela grande imprensa como deveria, de modo a suscitar a compreensão dos leitores de seus pasquins e de seus jornais tvvisivos do que realmente estava a acontecer.
O capitalismo cromagnon vive de incrementar o medo. É através do medo que ele mantém as pessoas nos subterrâneos emocionais, pessoal e coletivo, nos níveis mais primitivos de sobrevivência. É através do medo que a inconsciência pessoal e social globalizada se submete a uma programação tvvisiva destinada a disseminar a violência, a ultraviolência e as formas mais degeneradas de sexualidade. Isso porque a prostituição, o tráfico, a corrupção, fazem parte dos salários das polícias, dos políticos e das instituições que deveriam coibir as formas mais degradantes de sobrevivência social. O medo de ser assaltado na próxima esquina. Ou na parada do carro no sinal de trânsito. O medo da explosão da próxima bolha econômica vinda de Wall Street, pavimentada pela conivência da política econômica do “Reich Dos Mil Banqueiros”.
O Medo, o Medo, o Demo do Medo povoa todas as intenções em todos os lugares. O Medo faz você despertar, banhar, tomar o café da manhã, lê as notícias, vestir-se para o trabalho, ligar a tv do Medo, ir ao supermercado e reciclar suas ilusões numa sessão noturna de “happy hour”. O Medo globalizado nas festas de fim de ano. Com Papai-Noel vestido de vermelho, dando a impressão de que os países ditos capitalistas, optaram de uma vez por todas pela ideologia que sempre, supostamente, combateram: o comunismo. Sim, porque o Congresso americano interveio no mercado para salvar o sistema financeiro e econômico dos Estados Unidos. Todos supostamente sabem que o comunismo é a doutrina ou sistema social que preconiza a comunidade de bens e a supressão da propriedade privada dos meios de produção.
Ao interferir nas indústrias automobilísticas que representam o capitalismo do “tio Sam” (GM, Chysler), nas instituições de crédito (bancos), nos investimentos empresariais, o governo americano se tornou sócio dessas empresas que estão próximas a fecharem acordos de intervenção e co-participação na gestão empresarial das mesmas, co-geridas pelo governo americano.
O que aconteceu é que os bancos geridos pela ganância sem limite do “Reich Dos Mil Banqueiros” deitou e rolou emprestando dinheiro a pessoas de média e baixa renda a partir da hipoteca de suas casas, convencendo-as a usar esse dinheiro na reparação das mesmas e a saldar suas dívidas com cartões de crédito. As taxas dos empréstimos, depois de algum tempo, oneraram os pagamentos mensais, e os devedores passaram a não mais ter condições de saldar seus compromissos com as instituições do “Reich Dos Mil Banqueiros”. Foram U$ 164 bilhões em empréstimos concedidos apenas na área metropolitana de Nova Iorque que não puderam ser resgatados. Em 1995, 80% dos mutuários eram negros e latinos. Apenas 9,4% eram brancos.
Como todos podem ver, na hora de pagar a conta, a corda nem sempre arrebenta apenas para o lado do mais fraco. E agora, como fazer para vender suas propriedades desvalorizadas pelas leis do mercado? Como as instituições financeiras do “Reich Dos Mil Banqueiros” poderão resgatar as prestações de seus empréstimos? Por que a natureza instável desses empréstimos subprime foi sistematicamente ignorada por todos os envolvidos? Corretores, advogados, avaliadores de títulos, investidores, empresários, mutuários. Todos faziam inconscientemente o jogo sugerido pelo senhor Mercado. Gerido pelos interesses de lucro dos agenciadores do “Reich Dos Mil Banqueiros”. Na terra do “tio Sam” Bush, herdada por Obama.
Já não é sem tempo e hora de a grande imprensa despertar para o fato de que precisa vender seus pasquins para leitores que necessitam ser mais bem informados, de uma maneira mais simples e honesta, sobre o que realmente se passa nos bastidores dos interesses do “Reich Dos Mil Banqueiros” nos Estados Unidos do Primeiro Mundo. Já não é sem tempo e hora de a grande imprensa despertar para o fato de que seus lucros serão multiplicados muitas vezes mais se ela entrar na briga pelos investimentos públicos em educação. Que não seja por altruísmo, mas para aumentar substancialmente a quantidade de pessoas que consumam suas revistas e pasquins e se interessem pela leitura informatizada de suas editorias jornalísticas. Sem educação esse incremento de consumidores de revistas e pasquins não poderá ser possível.
Os principais jornais na Ásia vendem 12 milhões de exemplares por dia? Sete entre dez dos principais jornais mais vendidos são asiáticos. Os outros três pertencem a países do Primeiro Mundo europeu, incluso os EUA. E o Brasil, e a grande imprensa brasileira? Qual o jornal que mais vende em território nacional? A Folha? Talvez não chegue a 1 milhão de exemplares diários.
Em 2006, a quantidade de jornais em circulação na Ásia subiu 3,6%, comparada com uma queda de 2% na América do Norte, de acordo com a Associação Mundial de Jornais. Desde 1985, as vendas de jornais nos Estados Unidos caíram mais 30%, segundo o Audit Bureau of Circulations. Quantidade de circulação de jornais tem muita a ver com educação. A educação na terra do “tio” Obama tem sido negligenciada e a circulação de seus jornais paga por isso. No Brasil a revista Veja de maior circulação semanal tem uma tiragem pouco maior do que 1 milhão de exemplares.
Educação. Sem educação a tiragem de revistas e pasquins vai permanecer a mesma quando não decair substancialmente. Que não seja por filantropia, que a motivação seja apenas o lucro, mas a grande imprensa nacional precisa se engajar com urgência urgentíssima na causa do aumento de salário dos professores. Está bem, que não seja, de início, o salário básico da categoria quatro mil. Cortemos pela metade. R$ 2.000,00 (dois mil reais) e já haverá um incremento substancial na qualidade do ensino.
Enquanto isso, o ministro da Educação tenta mascarar a situação lamentável da educação com medidas paliativas. A última está em fazer com que professores da rede pública sem formação na área em que lecionam poderão cursar uma licenciatura em tempo menor do que o regular, segundo resolução aprovada no Conselho Nacional de Educação. O ministro Fernando Haddad vai ficar fazendo malabarismos por trás do pano do circo dos horrores que é a educação brasileira? Ou vai lutar para incrementar os salários da categoria? Sem essa medida (aumento do salário dos professores), tudo que se fizer será apenas maquiagem paliativa, perfumarias oficiais. Demagogia perversa, sadismo oficial promovido impunemente pelas “elites” (a verdadeira escória intelectual da sociedade brasileira).
Sem que se aumente substancialmente o salário do professor, haverá a continuidade da globalização da mentira, da farsa, da falácia governamental (municipal, estadual, federal). Não haverá representatividade legislativa, exceto aparente. E o totalitarismo democrático continuará vigente, como se os eleitores não tivessem, realmente, representantes nas câmaras altas e baixas do país.
E o totalitarismo “democrático” das instituições governamentais continuará fazendo vítimas sem uma data previsível para parar com esse estado falimentar da educação do país que começa com o salário dos professores. Salário que não lhes permite exercitar nenhuma mínima reciclagem intelectual pertinente à função de ensinar. E a política do faz-de-conta que eu ensino e você, aluno, continue fazendo de conta que aprende, continuará a sucatear os corações e as mentes de gerações e gerações de pessoas dementes, fixadas apenas e exclusivamente nas “belezas” que as ofertas do “show biz” das bruacas louras do “tio” Obama oferece às populações de estudantes em busca de um diploma sem nenhum conhecimento pertinente ao exercício da cidadania.
DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 24/04/2010