Pedofilia Precoce (Comida Caseira)
Desde pequenininha
Ainda púbere e engraçadinha
O pai já acariciava seu drive
Como se ela fosse um iPhone
Seu rostinho na tela mostra-se
Sensível ao toque, como uma
Conexão wireless de terceira
Geração. A criança tem apenas
Poucos nove meses de idade
Mas seu drive libidinal
Sensitivo ao contato dedal
Igual tela de smartphone
Já se habituou ser tangido
Sem mais choro ou ruído
("essa menina é um amor")
Conectada de qualquer
Canto da casa há acesso
Personalizado pela digital
Covarde do adulto programa
Dor. A pererequinha indefesa
Na mão que condiciona o berço
O toque no vinco provocante
Indolor. A princípio ela berra
Mas, quem pode lhe ouvir?
Quem se importa? O trauma
Se estabelece, a primeira vez
Ninguém esquece, o toque
Supostamente sem dor
A menininha cresce, até parece
Uma santinha em seu vestidinho
De rendas tricolor
A bonequinha em mãos, linda,
Como se a filha bem-vinda
Tão pequena e já treinasse
Para ser uma mãezinha
Malasartes programada há
Tempos a interface com
Promessas de quem cumpre
Os caminhos do desamor
O vinco preparado para o
Futuro parto quem sabe
Indolor. Seu sistema
Operacional mal nascido
Já boicotado pelo Andróide
Com olhos de polaróide. A
Quem deve temer chamar “pai”
Ela vai somando os traumas
Em seu código de barras
Como uma bonequinha
Medrosa fala “papai, papai
Papai”. Ela cresce e aparece
Vira a garota Internet para
Usufruto dos contatos on-line
Seu rostinho habituado
Nem mais empalidece
Quando do outro lado
Um contato via teclado
A envaidece. Propõe a
Conexão. A face rubra se
Aquece, ela toca as teclas
Com as pontas dos dedos
Nem mais sente medo
Está, não sabe ao certo
Acima ou abaixo do bem
Ou do mal. A incerteza
Do que possa trazer a maçã
No messenger banda larga
Sorrir satisfeita as cochas
Se retraem as bochechas
Avermelhadas. Seu grelo
Um radar ao léu. Nua, o
Corpo adolescente a
Descoberto, os grandes
Lábios abertos numa conexão
Virtual. De cara combina
Está pronta, que venha o
Programa no “Psych Motel”
Em seu portal de vídeo
YouTube outra vez acessada
Via google navega pelo
Sistema operacional Mac OS
Ou pelo Windows. A Apple
E a Microsoft facilitam
Seus múltiplos contatos
De 4° grau. Mais uma vez
Ela levanta seu lindo rabo
Da cadeira elétrica na Lan
House banda larga caseira
E se dirige feliz da vida
Para mais um amor que poderá
Ser o príncipe encantado da
Vida inteira. Certa de que vai
Faturar mais um calouro
Brilha como uma estrela
Neandertal. O ecstasy vai
Facilitar as coisas da vida
Psicoativada, estimulada
Alucinógena está sempre
Presente na hora combinada
O celular da hora sinalizou
A musiquinha. Nada mal
Sem crise tudo certo o mundo
Globalizado via Internet
É um lugar muito legal
O leite das crianças está
Garantido nesse fim de
Semana ardido, bota pomada
KY nessa transação banal
O rato Roy rói, rói,
A roupa nova da princesa
O transe nessa terra
Vadia. Isso mesmo... Vai de
Tapinha, tapinha, tapinha
A curva branca na pele
Bronzeadinha. Não pára,
Tapinha, tapinha
Tapinha não dói.
DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 20/04/2010
Alterado em 19/05/2011