Navega ante
Essas paisagens
Deslumbrantes
Navega dor
Navega mares
Nunca d´antes
Navegados.
Lança n´água
O anzol
Azul verde-mar
Em busca do
Peixe não-catalogado
Nos rebanhos sob
Essa maré solar

Não interessa
Se bem amaste
Ou malamou
Não morra na praia
Que a tua raia
O horizonte plasmou

Decifra o código
Cria a senha da
Sobrevivência
Quintessência
Do navegador

Não sabes ao certo
Onde está a
Sala de aula
Onde aprenderás
Essa hora da noite
Não te apresses mas
Não perca tempo
Visualiza a estrela
Polar que a Ulisses
Encantou

Adeus passado
Passatempo passou
O futuro é a
Rosa dos Ventos
Onde teu pé aportou
A dança dança
Conforme a música
Que te fez compositor

Navegante a navegar
Navegador. Não pára
Nunca que o dia do
Nunca ainda não chegou
(nem vai chegar)

Conta como certo
Que no Inferno
Também há amor

Que a alma apenada
É só uma flor
Malamada que no
Rochedo da Emoção
Naufragou

Aprende a nadar
Ao mesmo tempo
Marinheiro navega a
Nave do gado da dor
O sal grosso do mar
Te fará pastar onde
O poeta Dante pastou

Sai fora da sala de
Jantar onde vão ficar
As pessoas de barro
Vestidas de pano. Não
Fique triste por
Waldick Soriano
Nem pasmo por quem
Perdeu a eleição
do polvo americano.

As almas penadas
Que suave horror
Mais que malamadas
São um Porto Seguro
Píer maduro
Pru teu desamor

Faz como fez
O cantor de Salvador
Sobe o morro do
Caracol e visualiza
A paisagem dos versos:
“A coisa mais certa
De todas as coisas
Não vale um caminho
Sob o sol.”

Que mais podes querer
Da vida? Essas almas
Perdidas: teu ganho
Maior. Teu sonho
Melhor. Tua Ítaca.

Veja: há horizonte
Por todos os lados
Pega o leme trôpego
De teu barco. Não
Conta até dez:
Um dois três quatro