"Festim Diabólico" (Congresso Macabro)
Os rinocerontes não têm sensibilidade social. Deleitam-se ruminando entre si e odiando a possibilidade de convívio com os que não são de sua espécie. E até com outros seres da mesma espécie.
Comparados a animais do ramo da política, podem ser considerados seres superiores, desde que dotados de forte couraça que lhes protege as entranhas, enquanto aqueles, "da política", têm uma forte couraça de caráter que lhes fortalece a patologia.
Os "da política" possuem uma atração mórbida pela corrupção. Uma febre, pior que a amarela, que arruína a vontade de trabalhar em prol de outro objetivo que não esteja permeado pelo desejo mórbido de decepcionar os habitantes de um país, os eleitores que nele votaram, e depositaram a confiança em seus mandatos e atitudes "pra lamentar".
A maior parte dos que compõem o "pra lamento" brasileiro tem compromisso fechado com a dialética da velhacaria. No palanque, quanto discurso. Uma vez eleito, o animal "pra lamentar" perde qualquer noção dos compromissos sociais berrados durante a campanha. Basta ser diplomado "de-puta-do" ou senador para sentir-se imediatamente sem compromisso com as expectativas sociais de seus eleitores.
Para esses animais do "pra lamento" não há a mínima obrigatoriedade em estabelecer uma agenda "pra lamentar" que satisfaça as esperanças fundamentadas nos direitos sociais dos eleitores. Não há a mínima moral, nem ética, no exercício da vida política. A começar pela imunidade "pra lamentar".
A paixão pela corrupção é uma febre amarela que arruína os interesses das classes sociais que não são favorecidas por salários milionários ou mordomias de gabinete. Mal são eleitas, e mais que depressa as "excelências" começam uma ciranda de velhacarias inomináveis.
As mesas das duas "casas de Irene" de Brasília, contam com o apoio incondicional do "4° Poder", a imprensa, para preservar a impunidade dos "pra lamentares", rapidamente transformados em quadrilheiros eleitos e empossados no "pra lamento".
Isso porque a imprensa não mais possui a disposição nem a habilidade de indignar-se. Os jornalistas "consagrados" por atuações passadas contra os desmandos da ditadura, agora ganham salários parecidos com os dos "de-puta-dos" e senadores reificados pelas mordomias oficiais a que têm direito a partir da diplomação "pra lamentar".
Viraram autores de livros "best-sellers" sobre o antigo desgoverno da ditadura. E o presente do país e a indignação que deveria ser incentivada por suas crônicas, artigos, entrevistas e editoriais, passa diante de seus olhos como uma quase normalidade. "É tradição deles agir dessa forma. Surpresa seria se agissem em defesa dos interesses de seus eleitores. Não há dignidade, ética, nos desmandos coorporativos dos membros do pra-lamento".
Esses "membros do pra-lamento" se acreditam muito espertos no exercício da torpeza social e da indignidade agenciada a partir dos interesses pessoais (legislação em causa própria) próprios de seus mandatos.
Eles se encastelam nas "Torres Gêmeas de Marfim" do Planalto de uma forma corporativista que envergonha o resto do país. Seus interesses e privilégios pessoais estão sempre acima dos interesses da sociedade. Não há relação de reciprocidade e simpatia pelas necessidades e carências sociais daqueles que os elegeram.
Se democracia é o exercício "pra lamentar" da patifaria, e o "4º Poder" aceita cada vez mais conformado as ondas do "tsunami" de corrupção do "pra lamento". . . A quem cabe defender, pelo menos teoricamente os direitos de cidadania dos eleitores brasileiros?
Os "pra lamentares" se mostram agentes fanáticos do que há de pior no capitalismo selvagem. O "pra lamento" abunda de representantes bundões de uma covardia social atávica senhora de si, orgulhosa das vítimas dos salários mínimos, como se seus eleitores fossem habitantes de um outro país, de um outro planeta. E eles não estivessem nem aí para essa condição infame de necessidade e carência sociais. Da penúria salarial de seus eleitores.
Eles não fazem a conta na ponta do lápis. Seria necessário quase que um quarto de século para que o eleitor do salário mínimo economizasse (sem gastar nenhum tostão), o que eles ganham por mês entre salário e mordomias de gabinete.
A diferença entre os terroristas das Torres Gêmeas nos Estados Unidos e os terroristas das Torres Gêmeas de Brasília, é que, estes, estão empenhados em acabar com as esperanças de seus eleitores de dentro dos destroços de uma moralidade inexistente, a partir dos interesses de seu egoísmo e de sua avareza.
Entre R$ 375,00 reais e R$ 102, 500 (cento e dois mil e quinhentos reais), incluindo suas mordomias de gabinete, há uma mínima diferença. Não é "excelências"? Fundamentalistas da corrupção dos salários.
DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 12/04/2010
Alterado em 12/04/2010