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A Farsa Global Dos Insignes
Israel, seu maior representante do “pacifismo”, não calou a frase: “Não é hora de oferecer a outra face”. Não sei se a frase do rabino foi exatamente esta. Vi-a rapidamente num programa de tv. O sentido, sim, igual. O rabino Sobel, considerado um pacifista, um aglutinador de opiniões. Onde está a religiosidade, o senso, o siso, a discrição, a serenidade do importante religioso?

Num momento tão definitivo, crucial, da humanidade, no qual está sendo decidido, talvez, o futuro nuclear, a longo prazo(?) do planeta...Uma pessoa que se diz tão eclética, notável representante do sincretismo religioso, respeitada por emitir opiniões preeminentes. Os que querem realmente a paz estão ilhados, sem participação efetiva nos acontecimentos. E não sem razão são grande maioria.

De um lado, os ânimos superlativamente exaltados, do outro, a mesma coisa. A propaganda capitalista puxa pelo irracionalismo das pessoas, exacerba as vontades à toa. A senhora “Elite” e a Dona Massamídia, esposas dedicada do sr. Mercado, ligam a telinha nos grandes carrões, grandes mansões, apartamentos deslumbrantes, mulheres superlativamente sensuais, na alimentação farta, na soberba humilhante dos que têm em excesso.

Dona Massamídia e dona “Elite“ representam as pessoas que nela se fixam, alugam seus sentidos para a programação homicida do dia, debatem-se na promiscuidade do salário mínimo ou na da renda média. Enquanto a telinha prossegue desafiando subliminarmente: “Você é um incapaz, um idiota, seu QI é de mongolóide, você não sai da eme”. Com esse desafio subliminar desafiam (as mídias) o amor-próprio das pessoas a sair na luta atrás do prejuízo a partir de uma condição social por vezes aviltante.

Os representantes dos países árabes dizem que os EUA estão completamente alinhados econômica, militar e culturalmente, com Israel. Estão mentindo? Há muito poder e força sendo mostrados, exibidos. Com a retaliação, mais ainda. A paz não interessa. Interessa é a demonstração de domínio. Dizem que muito músculo, pouco cérebro.

É certo que o Deus de Israel não tem forma. O Deus católico humanizou-se na figura do Cristo. Cristo, autor da frase pronunciada ironicamente pelo rabino. Se a hora não é de oferecer a outra face, quando será? Agora ou nunca. “Ou estão do nosso lado ou do lado dos terroristas”. Será que esse presidente não tem nenhum assessor que diga que a doutrina maniqueísta é criação de um mané (Manes) do século III?

Alguém aí nos EUA, por favor, diga ao “Caro Presidente Bush” que estamos no século XXI. Que outra circunstância histórica poderia ser mais adequada para oferecer a outra face, senão, pelo menos, não provocar o outro lado da moeda, o outro lado de César? Sim, o outro lado da moeda é César também.

A admiração pessoal que milhões de católicos, maometanos e membros de outras religiões tinham por esse líder religioso, e pelo líder político, certamente esvaiu-se. Difícil compreender racionalmente que este não é um momento para este tipo de contraviolência verbal? Em Isaías, lê-se: “A maturidade é sinônimo de excelência”. Em Provérbios, (8/12): “Eu, a sabedoria, habito com a prudência, e possuo o conhecimento e a discrição”.

No Eclesiastes lê-se: “Adquire a prudência, custe o que custar”. Até jovens estudantes de segundo grau compreendem a incrível situação beligerante de retaliação dos EUA com opiniões mais sensatas. Como explicar e justificar a extrapolação do rabino? O articulista Otávio Frias Filho, diretor da Folha, na coluna de nome Consequências (20.09), confunde lamentavelmente as idéias e as palavras ao afirmar:

“Os Estados Unidos que já detinham as demais hegemonias (econômica, militar e cultural), obtiveram a última que lhes faltava, a hegemonia moral, conforme a sua causa se confunde com a do Ocidente e, num círculo ainda mais amplo, com a da própria civilização. O modelo que os Estados Unidos representam foi legitimado”. É um absurdo tão devastador para um jornalista esta afirmação!

Difícil acreditar que o também dramaturgo tivesse escrito, mesmo (se fosse) ironicamente, a dita absurdidade. Não é hora para contra-ataques, caro sr. jornalista, que deve ser, antes de mais nada, gente finíssima. Não é verdade que o “arco de aliança dos americanos se ampliou...conforme se reduziu o espaço de seus adversários”.

Prossegui lendo as barbaridades, na expectativa de que os parágrafos posteriores, trouxessem uma justificativa para tamanho ufanismo de poder “globalizado”. Decepção: as opiniões frias (supostamente “quentes”) sucediam-se infantilmente, uma atrás da outra. Que tipo de país temos, que uma pessoa supostamente intelectual, num cargo de tamanha importância para a comunicação social, escreve essas bobagens?

A revolta profunda de um simples observador dos acontecimentos, eu, crescendo, à proporção que uma estupidez opinativa superava a anterior. Agora o insigne diretor da Folha afirmava: “Os Estados Unidos precisam é desfechar um ataque tão localizado quanto possível, que lhes permita proclamar o desmantelamento do núcleo da rede terrorista que os vitimou...” Um general, com ações milionárias de empresas do complexo industrial militar americano não teria opinião mais chauvinista, mais fundamentalista.

Não sabem essas insignes personalidades do mundo religioso e do jornalístico e do político, que o ódio exacerbado já chegou ao clímax? Que opiniões como estas em nada ajudam a raciocinar? Este “núcleo” (“da rede terrorista”) notável jornalista, dramaturgo e diretor da Folha, está dentro de todos os seres humanos, sejam árabes, americanos ou nascidos no Haiti. Não estivesse, como então se justifica sua opinião e a do “venerável” representante religioso?

Este “núcleo” raivoso, cromagnon, não é nítido nelas, pessoas do Ocidente, do Oriente? Não compreendem que, com a retaliação, será acirrado o ódio dentro de cada muçulmano, de cada americano, de cada ser humano Homo sapiens/demens? Não se aplaca a opinião pública interna de um país incitando-o a retaliar com mais terror, o superlativo terror xiita. A humanidade civilizada não precisa de mais sangue e mortes. Não um país civilizado. Não o representante das democracias do planeta.

Não se incita a ira, a aversão, o bombardeamento implacável de outra nação. Inexiste causa que justifique mais esse horror. É um ato jornalístico execrável. Um ato terrorista, escrever uma coluna a defender de maneira tão unilateral, uma das partes envolvidas na tragédia das torres do World Trade Center. As personalidades em pauta, a da Folha e a do Judaísmo, não sabem atinar a mais longo prazo? Suas visões do mundo são mesmo tão limitadas? Estão num quarto mundo mental tão escuro e obscuro que ainda precisam de óculos com forro de pano negro? E desenhos de cogumelos atômicos?

Estão num velório com tantos mortos e ainda clamam por mais sangue, mais cadáveres de grávidas, recém-nascidos, crianças, mulheres, jovens, idosos? Que espécie de vampiro inconsciente domina essas mentes, essas almas, tão profundamente convictas de que a retaliação é o caminho mais adequado? Como reagirão um bilhão e trezentos milhões (1.300.000.000) de islamitas a rápido, curto, médio e a longo prazos?

Serão necessários quantos anos para que a logística da retaliação da retaliação faça explodir dezenas de bombas atômicas em território americano? Não é apenas a face do orgulho, da altivez, da vaidade, da soberba de um povo que está em jogo, rabino, é a sobrevivência da humanidade.

O orgulho ferido, o amor-próprio demasiado, a soberba da outra face de César não é, por certo, uma imagem cristã.

Ao saber de pessoas que deveriam ser notáveis por suas posições sociais de liderança, e delas vêm estultícia ao invés de sabedoria, fica difícil para as pessoas simples, defenderem a sobrevivência Homo sapiens/demens. É um trabalho de colibri a conduzir a gota d’água na tentativa de apagar o grande incêndio global. Enquanto os insignes investem na fria, apesar de infernal, sobrevivência humana. No inverno nuclear.
DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 09/04/2010


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