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O Príncipe Das Trevas: Titular Apagão Da Globalização (II)
A senhora Multidão, seria, afinal (com a “globalização”), tutora da democracia, na suposta vigência, “real”, de um governo “do povo, pelo povo e para o povo”. A senhora Massamídia, finalmente “dona da situação”. Sem precisar de Socialismo ou de outra mistificação ideológica das oposições dos “neobobos”.

O entusiasmo neoliberal do “garoto propaganda” brasileiro do G-20, no momento em que foi escrito este texto, titular do Executivo no Planalto, é questionável. Aponta para uma descentralização aparente do poder do Estado, em direção ao conluio radical de dominação ideológica feroz da massamedia pelas mídias. 70% das ações dos grandes conglomerados de TV no mundo são propriedade da Máfia.

Os interesses dela, todos sabem: narcotráfico, jogo, cassinos, lavagem de dinheiro, prostituição, contravenção generalizada. O processo de “xuxalização” das mentalidades cada vez mais intenso, objetiva mumificar (“globalizar”) as opiniões, nivelando-as por baixo, infantilizando-as. Enquanto as minorias capitalizadas pelos ativos financeiros internacionais na jogatina das Bolsas, deitam e rolam às custas da imbecilização dos hábitos mentais das pessoas da sala de jantar. Ênfase na TV.

Na comercialização dos produtos, está embutida subliminarmente, a ideologia da exploração da força de trabalho. A “mais-valia” do uso e abuso da senhora Multidão. Essa mui respeitável dama da sociedade neo-pós-industrial, cada vez mais envolvida nas ilusões de consumo. Hoje, muito menos que amanhã. A senhora Massamídia, esposa do todo poderoso senhor Mercado, ignora estar em pleno andamento um processo oficial, radical, de obsoletização (“globalização”, exclusão), do segmento social em que vive sua família (leitor). Seus descendentes.

Processo esse muito mais intenso, quanto maior for o medo e o terror social necessários para mantê-la nesse ambiente mental doméstico, passivo, consumista, dominado pela obsolescência do agir, do pensar, dos sentidos (daí, só haver sobras de investimentos em educação, saúde, habitação, segurança, transporte).

A primeira dama Massamídia ignora os processos políticos oficiais pelos quais a “globalização” usa e abusa das novas tecnologias para exercer um controle social cada vez mais próximo do que Orwell preconizada em “1984”. A senhora Massamídia ignora que as multinacionais e o Estado (transformado em infra-estrutura política de apoio ideológico incondicional à especulação financeira), pressionam multinterativamente no sentido de conseguir manter sua descendência (caro leitor), anacrônicamente adaptada à vontade dos conglomerados tvvisivos que financiam toda essa “gororoba” da programação via satélite, de (muito) baixa qualidade.

Dona Massamídia desconhece por que o controle social estabelecido pelo Estado Ético, está em vias de desaparecer, sob a mágica da ideologia totêmica do neoliberalismo. A hipnose social promovida pela retórica político/econômica neoliberal (NL), é efeito de uma ditadura implacável de domínio psicosocial “globalizado”. As mídias trabalham na divulgação “full-time” desse objetivos de domínio psicosocial. Esse processo de idiotização e prostituição mental global, conduz à adaptação, por saturação argumentativa, até mesmo de intelectuais e cientistas sociais que, uma vez neoconversos, tornam-se fanáticos defensores do “novo” credo educacional NL.

90% da programação ao vivo das TVs, uma baixaria. Transforma em macacas de auditório, a ambientação nacional das salas de jantar plugadas na telinha. O “artigo do dia” do NL: a divulgação da estratégia de deslocar a educação pública para a esfera de mercado. Isso significaria mais “liberdade”. Palavra totêmica, símbolo de tabus e deveres individuais e coletivos, é o fetiche máximo do pastiche neoliberal. Quer dizer menos regulamentação.
Ao mesmo tempo significa mais controle oficial. Mais restrições ao discurso individual. Inserção dos estudantes em ciclos de interesse cultural reduzido, cada vez mais intensamente policiados. A cultura ideológica NL reduz a truques retóricos de Mandrakes de palanque a dominação tecnológica “globalizada”.

Os Mandrakes do NL têm a função social de reduzir questões amplas, políticas e sociais, principalmente na área educacional, em demandas técnicas. Em ilusionismo de conferencistas e palestrantes de auditório. O truque de salão do discurso do Estado mínimo, na realidade se afirma como uma metástase do controle máximo do Estado, visando a todo custo, que suas opiniões tornem-se unanimidades pela repetição da incoerência discursiva dos mandarins da politicagem do colarinho branco.

É a forma paradoxal (ao mesmo tempo agressiva e sutil) de infiltrar-se nas instituições acadêmicas, públicas e privadas, de ensino. Os problemas da educação, minimizados. As questões políticas, ignoradas. Simplificadas enquanto problemas de eficácia-ineficácia de gerenciamento administrativo, de recursos humanos e materiais. A situação de desesperança dos professores e alunos, magoa, oprime, humilha: carência de recursos, baixos salários, insegurança.

Tudo é rotulado como resultado da má gestão e desperdício de recursos. Falta de produtividade e esforço, uso de métodos atrasados e ineficazes de ensino, currículos inadequados e anacrônicos. As “soluções” de todos os problemas da educação reduzidas à reforma de métodos e conteúdo curricular.

A prestidigitação do discurso da hegemonia de razões e motivações ideológicas, está sempre por trás de uma suposta reestruturação da produção, ou da “qualidade total” ou do “construtivismo pedagógico”. A sádica produção de uma atmosfera escolar e acadêmica maquiavélica, produto de um ufanismo ideológico e econômico, com a finalidade de divulgar noções destorcidas sobre as nefastas relações sociais de poder. As escolas públicas sem recursos.

Os salários dos professores, uma piada de mal gosto. O desemprego, um fenômeno social global. As crianças e adolescentes posicionadas ideologicamente enquanto subprodutos de um sistema de dominação subordinado às relações sociais de submissão e a compromissos subalternos (eufemismos para exclusão).

Os políticos do Planalto na época do “rei Mulatinho”, avaliados por suas atuações sociais, mais pareciam extensões, terminais longínquos, de uma central informatizada “globalizada” de superfaturamento com sede no FMI. Eles nem sequer pensaram em pensar nos interesses (que supostamente reproduziam), dos segmentos da sociedade brasileira que deveriam representar.

Os que estavam encastelados no poder, exerciam cargos de ministros, ganhavam quantias fantásticas, salariais e em especulação financeira em dólar, para defender os interesses da elite econômica e financeira “globalizada” via tecnologia de ponta, comando, comunicação e controle social, “on-line”.

Neste contexto dantesco, quem defendia os interesses éticos, coletivos, da sociedade? Os que teimavam em persistir resistindo. Ética para o neoliberalismo é apenas outra invenção de “neobobos”.

Máfia e Estados, unidos num casamento pornô para neoliberal nenhum botar defeito, atuando, via guerra civil não declarada, entre grupos que disputavam pontos de venda de drogas, e policiais que não sabem ao certo de que lado permaneciam, quando faturavam das duas bandas em suposto litígio.

Muitos, por vezes faturavam da força pública policial, outras, do pessoal que paga a propina do tráfico. Por que as autoridades não descriminam as drogas? A sociedade só teria a ganhar. Em qualidade, porque os consumidores de coca cheiram mais veneno de rato, talco, anfetaminas, pó de giz, bicarbonato de sódio, substâncias alcalinizadas e quejandas. A saúde fica ameaçada, a cabeça afetada não sabem exatamente pelo quê.

A discriminação das drogas trará a diminuição da violência pública, os investimentos em segurança não teriam de ser tão altos com compras de armas pesadas e viaturas. A força policial não precisaria aumentar seus contingentes. As verbas com gastos em armas e grandes porções de policiais no serviço militar, poderiam ser canalizadas para setores mais carentes, tais como educação, saúde, transporte (estradas), criação de empregos, financiamento de pequenas e médias empresas. Resumindo: qualidade de vida e cidadania.

Quem ganha com o tráfico são os fabricantes de armas, os vendedores de fardas, os oficiais excessivos, os fomentadores do horror nas ruas, os investidores em balas perdidas: toda essa parafernália cria uma condição social de pânico contido nos cidadãos, que têm direito de cidadania, garantido pela Constituição, de trafegar (ir e vir), sem que sejam ameaçados pelos viciados mais exaltados, carentes de um pico de qualquer porcaria comercializada como coca, que não hesitam em assaltar, seqüestrar, roubar, furtar, agredir pessoas que têm direito a suas vidas, menos ameaçadas e traumatizadas pelas patologia social das ruas, pelos malefícios e as intimidações dos filhos nas escolas, nos lugares públicos de entretenimento.

E a cidadania, como é que fica? Com quem fica? Quem vai ousar defendê-la contra as forças armadas dos criminosos à soldo e à solta? O Planalto era o esconderijo de um político que deveria ser um estadista. Ocultava-se de uma nação da qual deveria ser líder. Por trinta dinheiros Judas vendeu um Deus. FFHH, um povo. Aquele traidor enforcou-se. Este, transformou um discurso de esperança num abismo de privação e exclusão social generalizada. Eu, autor deste ensaio, não tenho emprego, e estou, em minha terra natal, excluído de participação ativa no mercado. Escrevo, trabalho, mas sem salário.

Os alunos saem todo fim do último período das faculdades de jornalismo, ávidos para fazerem qualquer concessão e obterem um estágio, um salário: esses são os tipo de profissionais desejados pelas instituições públicas e privadas: sem nenhuma cultura geral pertinente, sem leituras além das limitações curriculares. E a consciência crítica, e a cultura geral, ficam no plano do virtual. Como se um diploma fosse sinônimo de experiência e sabedoria.

Era triste para o país observar que seu mais ilustre representante político não passava de um jagunço do capital financeiro “globalizado”. A nação de FFHH rimava com depressão generalizada: econômica e psicológica. Por que ele não reuniu o Conselho Nacional de Segurança no sentido de, pelo menos, minorar a situação de calamidade pública de noventa milhões (90.000.000) de excluídos da economia nacional?

Aonde estavam as reservas de mercado para os investimentos em produção de cultura editorial, cinematográfica, em dramaturgia, em poesia, em opiniões divergentes (democracia), em enredos literários que contribuíssem para a sociedade compreender porque estão travadas, as pessoas, em suas limitações de ordem intelectual, emocional, espiritual? A cultura que vem da tv não passa, em sua grande parte de lixo enlatado.

E a literatura brasileira do século XXI? E a literatura brasileira do Novo Milênio? Onde estão os investimentos em novos autores? Sem literatura, uma cultura não passa de uma cultura de bactérias que se alimentam de laticínios de supermercados. O homem do século XXI é para sobreviver apenas da cultura de enlatados importados, e de seus congêneres nacionais? Os corações e a mentes precisam reciclar seus conteúdos críticos. A percepção das mudanças do “Admirável Mundo Novo” precisa se renovar, ou a tecnologia vai criar (já criou), e continuará criando, uma geração atrás da outra, para ser apenas uma “manada de piranhas” a serviço dos interesses particularizados do capital globalizado.

Nesse sentido, a globalização é sinônimo de cultura do sadismo, pessoal e coletivo. E da restrição cultural, fantasiada em excesso de supostas opções culturais. Que humanidade poderá surgir deste modelo de “educação”, senão uma geração criada para exercer uma dominação de perversão e perversidade?
DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 08/04/2010
Alterado em 08/04/2010


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