Textos

1 Astronauta Quero Ser. Um Cosmonauta, Pra Quê?
“Mesmo os vagabundos me desprezam.
Se me afasto murmuram contra mim.”
(Do Livro de Jó)

Do espaço transado
Espaço transiberiano
Da estrada à urbe, úbere
Em violência, entorpecentes
Tráfico de influências
Farto é o leite da frega
A lua oferecida como um frete ignóbil

Ficou no rastro muito de sangue
Para que os milicos do “tempo em si”
Hospedem além gravidade
O diminuto símbolo cromagnon da “nave em si”

A NASA impulsiona satélites
Para sair da galáxia
Em busca de conhecimento
Da tecnologia, a glória
Faz que ignora que as cidades estão cheias
De mães Marias e Zés Ninguém
Pais de uma geração sem pai nem mãe
A agir e a reagir na contramão da história

Planejam colonizar a Lua
Dar pulinhos em Marte
Cá embaixo ficam os saqueados
De prontidão
Os desassalariados, os párias
Os 100 teto, os 100 emprego, 100 saúde
Sem escolas, sem esperança, sem segurança
E o aumento inflacionário do medo em ação
As “elites” e suas “cortes”
As classes médias, centuriãs da corrupção
“The hell in the Eart”

Enquanto o vídeo da tv da ratazana dos Zé Manéss
Transforma os mitos em deuses
A mando daqueles aqui fincados
No dogma econômico, político e de fé
Desejam colonizar outros planetas
A partir de uma cultura gerida pelo capeta
Voas alto, padecem os que te vêem subir
Voas longe, os necessitados do mundo
Pagam a conta da miséria e da fome, por ti

Enquanto a lógica do mito vai e vem contigo
Jogam ratazanas na tv da sala de jantar
A propósito de divertir

Na cidade armada
Qualquer símio sapiens sádico
Explora a criança abandonada
Aceita a chupeta eletrônica
De monóxido de carbono
Para que todos permaneçam carneiros
Sabendo muito pouco deles mesmos
E menos ainda de ti

Pairas distante, além gravidade
Aqui, os políticos da globalização
USAm imagens de tv
Para reforçarem o próprio poder
Falando dos direitos humanos
Enquanto teoria

Fica mais forte o rei no trono
Os carneirinhos mais dóceis ficam
Nas mãos sujas de seus vassalos políticos

Quantos cadáveres fizeram hoje
No Iraque, no Brasil, na Argentina
Os que te financiam a ida
Para que prospere mais mil vezes
A prostituição das meninas
Suas indústriass bélicas
Igrejas e sinagogas?

Nos organismos internacionais de seus direitos
Regem mansamente, confraternizam-se
Substituíram a Guerra-Fria entre nações
Pela Guerra-Fria entre irmãos
Na sala de jantar não há mais direitos
Nem cidadania

Lobotizam a propósito de educar
Transformam projetos humanos em feras
Aumentam a quantidade de nascimentos
Para que as manadas de alcoviteiros silenciosos
Da tv, fiquem ligados no traseiro
Da garota internética

O urbanóide distanciado
Do realismo da Terra fica
Mais fácil sepultá-lo nela

Que sabem do homem, “eles”?
Os patriarcas de carbono do FMI
Que lançam no mar ou queimam
O “excesso” de comida
Enquanto a fome prossegue fazendo sangrar
Os dominados pela carência de pão e justiça

O direito e império medas
Desculpe o leitor o eufemismo
Às vésperas de 2010 se expandem

Estranha lógica:
Dois ou três têm o Cosmo. Ao redor
As pessoas da sala de jantar têm a lama

Sobe nave espacial
Desce “sky-lab”
Sobe astronauta
Pingue-pongue

Cá embaixo se faz a história
Do poder econômico real
Da neurose das pessoas
Do dólar, do euro
Dos 30 dinheiros do
“Homo sapiens sádico neandhertal”
Do limiar do século XXI

Terra
As estrelas brilham
Infinitamente indiferentes a ti

Astronauta
Lê as estatísticas do horror
Afim de melhor conhecer o caráter
Dos que te lançam além aeropausa

Por que zelas com avidez por teu pó?
Esperas fazer inimigos lá?
Que seres vais encontrar?
Quantos medos te impulsionam
E te conduzem a querer ficar tão só?
Partir em direção algures?
Estás sempre a fugir de Nínive?

Tens vergonha da timidez
De ser demasiado ansioso e vago?
Do zelo demasiado pela neurose
Quando estás na sala
Comendo pipoca
Em companhia dos ácaros?
Ao dirigir teu automotor
Quando parado no semáforo?

Eles, teus medos, são os mesmos que fizeram explodir
O “napalm” na superfície da Terra
Após cremar 200 mil seres humanos de uma vez
Em Hiroshima e Nagasaki
Quantos sacrifícios humanos ainda vai exigir teu Deus?
Para mostrar ao mundo que sabes matar mais e melhor
Do que as bombas de Pearl Harbor
Tuas crenças, astronauta, são as certas?
Teus preconceitos, tua religião, tua cor?
Queres mostrar o quê aos teus?
Que ganhas a corrida nessa olimpíada do desamor?
Que tua tecnologia mata mais e melhor
Do que o Holocausto nazi
De seis milhões de ateus?
Quem crê em Deus pode matar tanto
E semear tanta dor?

Quando a classe política que representas
vai desistir da velhacaria e da trapaça?
E o ser humano superar a condição geral de
Sapiens sapiens sádico, selvagem
De símio cromagnon motivado pelo mal?
E investir de uma vez por todas
Na cidadania global?
DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 07/04/2010


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