Textos

Teologia Vetusta
Desse lado da Via Láctea
Há um sintoma pulsante
Uma transparência do mal
Uma vibração ressonante
Um transtorno longevo, imemorial
A atuar na mãe que teme que o filho cresça
A querer que ele permaneça
Fazendo-lhe companhia em seu astral
Há uma palpitação cardíaca flutuando
De pai para filho, desde a aurora do mundo
Conduz a todos a lugar algum
Este nenhures palpita
Uma realidade remota, um gen
Da mais antiga casa da mãe Joana, Eva
Em seu lar doce lar já pulsava
E dele se irradiava
O criminoso ancestral do paraíso perdido
Lilith, a serva do serpentário primitivo
Sobrevivente das eras
Rainha da glaciação e do medo
Mãe/Abim, extremada de Caim
Mastodonte das civilizações matriarcais
Hoje, comemoras o Natal
Com presentes do bom velhinho
Noel, sua trouxa consumista de bugigangas
Alimenta as feras, as armas de todos os tipos
Variados brinquedos e ritmos
Que ensinam a simulação de matar
Caim, o pai do crime. Patriarca da civilização
Do consumo. Da raça dos primatas
Da família original, tão forte e agradecida era
Ao Deus seu criador, que bastou uma serpente
Insinuar-se, rastejante, no solo caliente do éden
Para que perdessem tudo que valia a pena preservar
E curvaram a razão a um Deus
Que em troca de tamanha submissão
Contaminou-lhes a alma coletiva, Proteu
Para todas as gerações de suas vidas, gerou
As criações de camaleões do futuro
Portadores de uma alma contaminada
Por todos os malefícios e carências ateus
Seus descendentes disfarçam-se muito mal
Em cidades de crentes, seitas e religiões
Com suas formas e disfarces e maneiras
Supostas de adorá-Lo
Ao Deus que os flagelou desde a fraqueza inaugural
E deu-lhes a eterna ansiedade do éden
O ônus da perversão e da culpa
Em suas mentes indefesas
Em seus corações solitários
Fadados eternamente ao insumo indigente
Da maçã e do pó
Pelos séculos e milênios afora
Cada alma ocupada em sobreviver agora
Anseia em vão por ser menos réproba e
DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 03/04/2010


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