A defecar fogo pelo rabo
Vai a nave agora distante
Da Terra agonizante
Para que subisse foram
Precisos milhões
De sacrifícios de sangue
Não há por que subir
Mas ela sobe em busca
Da dor diversa de ir
Talvez descubra uma
Supernova, um asteróide
Uma explosão de cor
Ou em busca de Deus
Vai o astronauta
Jack, o Estripador
Sua roupa espacial
Custou igual a mil
Habitações. Os sem teto
Os sem escola catam
No lixão restos de
Hambúrguer e coca-cola
A ordem e o progresso
Não devolveram à sociedade
A valia e a mais valia
De seus suados trabalhos
Na caixa preta da nave
O cosmonauta vê a Terra
O trabalho o suor e o sangue
De milhões subiu ao espaço
Suas lidas viraram fluxo de
Gas a muita alta velocidade
Mil olhos olham para o alto
Mil olhos olham para o lado
Sentem medo de tanto horror
A transmissão de Cabo
Canaveral na costa leste
Da Flórida propaga
Uma Canção de Amor
No Oriente Médio em nome
Da Paz soldados invadem
Países como se fossem
Meretrizes do fogo.
Enquanto as armas vomitam
Morte nos fones de ouvido
Os militares ouvem bandas
De rock cantando canções
de revolta, protesto e amor
Nos EUA a tripulação da
Atlantis Terra após concluir
A Hubble Repair Mission pousa
Na Edwards Air Force Base
A tripulação sorrindo posa
Para o Book of Clark Kent
Do jornal "Planeta Diário"
Em "Globe City" os leitores
Apatéticos também sorriem
(Como se fossem "hippies").